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‘Enquanto há vida, há esperança’, diz idoso que voltou à sala de aula aos 102 anos no ES

Pedro Francisco é aluno da primeira etapa do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) em Vitória. Ele começou a estudar há um mês, quando a capital capixaba retornou com as aulas presenciais.

Reprodução/TV Gazeta

Pedro Francisco voltou a estudar com 102 anos no ES

Aos 102 anos, a sala de aula voltou a fazer parte da rotina de Pedro Francisco de Souza. O baiano veio para o Espírito Santo viver com o filho durante a pandemia do novo coronavírus e voltou a estudar no último mês.

Pedro veio morar com o filho André, de 46 anos. O filho é estudante do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) na rede municipal de Vitória e, com o retorno das aulas presenciais no último mês, o idoso decidiu que era o momento de voltar a estudar.

Ele é um dos 200 idosos matriculados no EJA da capital capixaba e cursa a primeira etapa de ensino na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Suzete Cuendet. Esse segmento corresponde ao conteúdo que é aprendido do 1º ao 5º ano do ensino fundamental regular.

“Eu me sinto feliz e, por essa felicidade, ainda quero aprender mais para falar melhor com o público”, se animou Pedro ao contar sobre as aulas.

Idoso voltou para sala de aula aos 102 anos no ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Pedro gosta de cantar, tocar violão, conversar e ler a Bíblia. Ele enxerga, escuta bem e caminha no quintal. Para uma vida longeva, além de carne com uma gordurinha, ele disse que deixou de beber, fumar e brigar.

O filho confirma. O pai é independente e gosta de fazer tudo sozinho.

“Ele come sozinho, toma banho sozinho, faz tudo sozinho. Todo tipo de comida ele come. Ele gosta de mocotó e só gosta de carne com gordura. O colesterol dele é normal”, contou André.

Tocar violão é um dos passatempos de Pedro Francisco — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Pedro Francisco nasceu por volta das 4h do dia 18 de outubro de 1918, em Catu, na Bahia. Ele disse que assim que ele veio ao mundo, a terra tremeu.

“Balançou mais de 40 quilômetros. Minha mãe quase morreu assombrada”, recordou.

Ele é pai de 14 filhos. Foi como vigilante e oleiro, trabalhando na produção de telha e tijolo, que sustentou a família por mais de 40 anos. Apesar de já saber ler e escrever, o estudo durante a vida foi pouco.

“Sem ler não podemos falar, não podemos fazer nada. É por isso que continuo estudando. Enquanto há vida, há esperança”, disse.

Idoso voltou a estudar no ES com 102 anos — Foto: Reprodução/TV Gazeta