Política

Audiência Pública reúne representantes e autoridades para debater causa animal em Maceió

Câmara Municipal

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Durante sessão pública na Câmara de Vereadores, na última segunda-feira (13), a vereadora Teca Nelma (PSDB) reuniu representantes do terceiro setor e representantes municipais para tentar encontrar uma solução para a crueldade praticada contra animais abandonados em Maceió, principalmente nas áreas atingidas pela instabilidade de solo causada pela extração da Braskem.  “Muitos animais foram deixados para trás quando as famílias tiveramde se mudar e o poder público não pode fingir que esse problema não existe”, disse Teca ao abrir a audiência que aconteceu na sede da Câmara Municipal.

De acordo com a vereadora, o impasse existe porque, apesar do trabalho que vem sendo feito pela Ufal – com apoio da Braskem, as castrações ainda são escassas para a demanda existente, diante da proliferação desordenada de cães e gatos. Além disso, há outras necessidades urgentes como água, comida, abrigo e prevenção aos envenenamentos, que seguem sendo ignoradas pelo poder público. De acordo com a Comissão de Bem-estar Animal da OAB/AL, são cerca de três denúncias por dia de animais mortos por envenenamento.

“É preciso intensificar o calendário de reuniões entre os que atuam na região, principamente a Braskem e o Ministério Público Estadual (MPE). A demora nessa prestação de contas leva a números desencontrados e, principalmente, precisa que cada parte assuma sua responsabilidade para resolver o problema. Não dá para fazer metade e esperar que o restante se resolva por si só. Estamos falando de vidas e a prefeitura precisa agir urgentemente”, completou a Teca Nelma.

Elisa Moraes, advogada e representante da ONG SOS Pet Pinheiro, afirmou que mesmo após participar de oito  audiências com o MPE, pouca coisa mudou. “Diante da realidade em que vivemos nos cinco bairros afetados, fica difícil de acreditar nesse programa que a Braskem se orgulha tanto. […] Os avanços da Ufal são reconhecidos, mas não são suficientes. Nada no mundo serve de parâmetro para o que estamos vivendo aqui. E o método CED (castrar, esterilizar e devolver) é maravilhoso, mas não é solução. Esses animais são devolvidos para as ruas e continuam nos escombros, no lixo, sem comida e água, vivendo à margem da violência de pessoas que ainda vão aos bairros para sucatear e cometem maus-tratos”, disse ela.

A diretora da Vigilância Sanitária que atua dentro da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fernanda Rodrigues, explicou que a prefeitura tem se esforçado em ajudar a resolver o problema, à exemplo do ” castra-móvel”, que já é realidade e vai reforçar ainda mais no amparo e na qualidade de vida animal.

A vereadora Teca Nelma, junto com a veterinária Dra. Evelynne Marques, também reforçaram a importância de uma política efetiva para os animais, com base na saúde única, unindo humanos, animais e meio ambiente, convivendo de forma harmoniosa. “Muito do que debatemos aqui servirá de base para a construção dessa política. Maceió não pode mais esperar. Os nossos animais estão pedindo socorro”, concluiu Teca.

Também estiveram presentes a presidente da Comissão de Bem-estar Animal da OAB/AL, Rosana Jambo, o professor e pesquisador da Ufal, Pierre Barnabé, a médica veterinarária Evelyne Marques e diversos protestores independentes que atuam nas regiões afetadas.