Brasil

Estudo identifica presença de microplásticos em 16 praias brasileiras

Pedaços minúsculos de materiais plásticos lançados na natureza sofrem fragmentação, chegando a medir menos de meio centímetro — Foto: Reprodução/RPC

Um estudo feito por pesquisadores do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), identificou partículas de microplástico em pelo menos 16 praias do litoral paranaense.

Segundo os especialistas, foram analisadas amostras em 19 praias do estado, nas margens das baías de Antonina, Paranaguá e Laranjeiras.

Entre os 16 pontos que possuem os materiais, há locais que pertencem à área de proteção ambiental de Guaraqueçaba.

Somente em três praias analisadas não foram encontrados microplásticos: Ilha Rasa da Cotinga, Ponta da Pita e Rio Itiberê, mas, segundo os pesquisadores, isso não significa que estas regiões estejam livres dos materiais.

Segundo os pesquisadores, os chamados microplásticos são pedaços minúsculos de materiais plásticos lançados na natureza e que sofrem fragmentação. As partículas chegam a medir menos de meio centímetro.

Presença de microplásticos foi analisada em praias do litoral do Paraná, pelo Centro de Estudos do Mar (CEM) — Foto: Reprodução/RPC

Perigos do microplástico

 

Ao todo, foram encontrados 389 itens plásticos nas praias do estado, sendo 63% dos fragmentos de materiais característicos de isopor.

Além disso, as equipes também identificaram fibras plásticas que podem ser de tecidos e pallets, utilizados por indústrias do setor de produção de plásticos e que podem ter caído de navios.

O estudo paranaense foi publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin.

Uma outra pesquisa recente, feita na Holanda, aponta a presença de microplásticos também na corrente sanguínea de humanos. Ainda não é possível, conforme os estudos, avaliar o impacto do material no sistema imunológico humano.

Certa quantidade das partículas encontradas nas praias pode ser resultado de lixos recicláveis como copos plásticos, sacolas, garrafas pet e outros materiais deixados na praia e que se espalham com facilidade com o vento.

Os objetos vão aos poucos soltando fragmentos, que atingem todo o oceano e apresentam dificuldades muito maiores de serem recolhidos da natureza.

Ao chegar ao oceano os plásticos podem ser ingeridos e causarem riscos à animais marinhos maiores, como peixes, tartarugas, aves e mamíferos marinhos.

No formato de microplástico, a retirada do meio ambiente é dificultada, e organismos marinhos menores podem ingerir ou interagir com os materiais, o que causa um “efeito cascata” na fauna.

Veja, abaixo, as praias analisadas pelo estudo

 

Com registros de microplásticos:

  • Encantadas
  • Eufrasina
  • Europinha
  • Guaraqueçaba
  • Ilha das Cobras
  • Ilha das Gamelas
  • Ilha do Teixeira
  • Mariana
  • Piaçaguera
  • Ponta do Poço
  • Ponta do Uba
  • Ponta Oeste
  • Praia do Limoeiro
  • Rio Emboguaçu
  • Rocio
  • Vila das Peças

 

Sem registros de microplásticos:

  • Ilha Rasa da Cotinga
  • Ponta da Pita
  • Rio Itiberê