Justiça

Preso injustamente, acusado de tentativa de homicídio contra guarnição policial é absolvido pela Justiça

Réu, que não teve a identidade divulgada, teve um Defensor Público como advogado. Caso aconteceu em 2018, no

Um jovem, que não teve a identidade divulgada, foi absolvido pelo Conselho de Sentença da 8ª Vara Criminal da Capital, da acusação de tentativa de homicídio contra uma guarnição da Polícia Militar do Estado de Alagoas (PM/AL). O julgamento aconteceu na última semana.

No processo, o então réu foi representado pelo Defensor Público João Augusto Sinhorin, que sustentou a tese de negativa de existência do fato.

DPE/AL

Ilustração

Ao longo de sua argumentação, o Defensor Público demonstrou ao que o jovem foi, na verdade, vítima de uma bala perdida durante uma perseguição policial, não tendo relação alguma com o tiroteio em questão ou com o suspeito em fuga.

“As testemunhas presentes no local do acontecido afirmaram que suposta troca de tiros narrada pela polícia nunca ocorreu, uma vez que os policiais já invadiram a casa atirando, em perseguição a um terceiro sujeito que se evadia da guarnição e que, por erro, os policiais atingiram esse rapaz que estava na casa. Além disso, foi provado que o tiro disparado pelos policiais que atingiu o réu não poderia ter sido realizado da forma como os PMs relataram, diante da trajetória da bala”, explicou o defensor.

Em face das provas apresentadas, os jurados reconheceram a inexistência do fato e absolveram o cidadão. A decisão do júri foi respaldada pela Promotoria, que também acatou a tese da defesa, resultando na absolvição do réu.

A justiça determinou ainda o envio de toda a documentação do processo para a Vara da Justiça Militar, visando apurar a conduta dos policiais envolvidos no caso.

O caso

O caso ocorreu em 2018, no bairro do Benedito Bentes. Segundo os depoimentos dos policiais militares, o suspeito adentrou a residência e fugiu em direção ao quintal, que dava ao fundo para uma grota da região. Ainda segundo os policiais, um rapaz que estava na residência teria corrido junto com o suspeito e, supostamente, disparado contra a polícia, resultando em um confronto em que o rapaz foi ferido no rosto.

Após ser atingido, o assistido foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE) pela polícia e, posteriormente, preso preventivamente. Ao longo do processo, ele passou dois anos preso aguardando julgamento.

Entretanto, testemunhas e o próprio assistido afirmam que, no dia do incidente, ele estava em casa com sua irmã e uma conhecida quando o suspeito invadiu a residência. A polícia teria invadido a casa em seguida atirando, momento em que ele se assustou, correu e foi atingido por um tiro no rosto.