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Suspeito de matar delegado aposentado em incêndio é ex-policial civil; família diz que ato foi ‘covarde’

Hudson Maldonado Gama, de 86 anos, foi queimado vivo dentro de casa. O idoso se recuperava de um AVC, e precisava de cuidados especiais 24 horas.

O suspeito de matar o delegado aposentado Hudson Maldonado Gama, de 86 anos, é um ex-policial civil. A vítima foi queimada viva dentro de casa em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, nesta quarta-feira (22). O corpo foi velado na manhã desta quinta-feira (23).

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Delegado aposentado Hudson Maldonado Gama, de 86 anos.

A Polícia Civil de Minas Gerais identificou imagens e testemunhas, que serão ouvidas no inquérito. A linha de investigação foi desenvolvida a partir dessas imagens e aponta que o suspeito tinha uma “dívida de honra” e um ressentimento com a vítima.

De acordo com o boletim de ocorrência, o suspeito tem 52 anos. Ele teria chegado ao local em uma moto, entrado na casa da vítima e, em seguida, usado gasolina para atear fogo no imóvel.

Segundo o registro da Polícia Militar, o idoso estava com uma cuidadora no momento do crime, e testemunhas ouviram o suspeito dizer que cobraria a vítima uma “dívida de 18 anos“.

Suspeito de assassinar delegado aposentado em Sete Lagoas. — Foto: Reprodução/TV Globo

‘Foi covarde’

O filho do idoso, e também delegado, Hudson Maldonado Filho, lamentou a perda do pai e disse que o criminoso impediu que família se despedisse da vítima de forma plena, já que o enterro “precisou ser com o caixão lacrado”.

“Ele, covardemente, aguardou 18 anos para procurar meu pai já enfermo e inválido. Entrou na casa e ateou fogo de uma forma covarde. E ainda impôs aos filhos e familiares um enterro com caixão lacrado”, disse o filho.

 

Hudson Filho lamentou a perda do pai — Foto: Reprodução/TV Globo

Quem era a vítima?

Nascido na cidade Pará de Minas, na Região Central do estado, a vítima é o delegado aposentado Hudson Maldonado Gama, de 86 anos. Ele era casado há 19 anos e a esposa afirmou que o idoso não tinha rivalidade com outras pessoas, tampouco tinha sido ameaçado.

Ela relatou, também, que ele apresentava um delicado estado de saúde, pois sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há pouco mais de seis meses. A vítima estava passando por reabilitação física e precisava de cuidados especiais 24 horas.

Segundo a família, Hudson deixou a Polícia Civil no ano de 1995, e fundou a delegacia de Sete Lagoas. Além da esposa, o delegado deixou nove filhos e 15 netos.

Qual a linha de investigação?

A Polícia Civil de Minas Gerais ainda está no início das investigações, mas acredita-se que o crime foi cometido por vingança. Segundo testemunhas, antes de matar a vítima, o suspeito disse que foi ao local cobrar uma “dívida de 18 anos“.

Como aconteceu o crime?

O delegado aposentado estava em casa, acompanhado de uma cuidadora. Por volta de meio-dia, um homem tocou o interfone e disse que era da farmácia, mas a cuidadora desconfiou. Logo em seguida, o suspeito ameaçou a empregada e a forçou a abrir o portão.

Ele entrou na casa da vítima com uma faca e um galão com possível material combustível. Após isso a empregada ouviu um grito de dor vindo do interior da casa. O corpo do delegado foi queimado dentro da residência.

A cuidadora ligou para a esposa de Hudson, que chegou a ver o suspeito fugir em uma moto. A vítima ainda teve o celular roubado no crime.

Quem é o suspeito?

A partir de câmeras de segurança e levantamento de informações, a PM conseguiu identificar o suposto assassino, de 52 anos, que até o fim da noite desta quarta-feira (22), ainda estava sendo procurado.

Suspeito de assassinar delegado aposentado em Sete Lagoas. — Foto: Redes Sociais

O que falta esclarecer?

De acordo com a Polícia Civil, ainda não se sabe dizer o que motivou o crime.