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Marido acusado de matar mulher porque ela se recusou a fazer almoço vira réu no interior de São Paulo

Reginaldo Martins, de 53 anos, é acusado por homicídio triplamente qualificado contra Clarice Marciano da Silva, em Santo Antônio da Alegria. Laudos apontam uso recente de arma de fogo apreendida e que mulher morreu devido a tiro no coração.

A Justiça aceitou a denúncia contra um homem acusado de matar a mulher, Clarice Marciano da Silva, porque ela teria se recusado a fazer almoço no imóvel onde o casal vivia no início do mês em Santo Antônio da Alegria (SP). A informação foi confirmada pelo g1 com a Polícia Civil, que indiciou Reginaldo Martins da Silva, de 53 anos.

Arquivo pessoal

Clarice Marciano e o marido, Reginaldo, de 53 anos, antes da morte em Santo Antônio da Alegria, SP

Com a ação tramitando, ele passa a ser acusado formalmente por homicídio triplamente qualificado por se tratar de um feminicídio – ou seja, crime cometido em função de a vítima ser mulher – por recurso que impossibilitou defesa e motivo fútil. O processo corre sob segredo de Justiça.

Em nota, a defesa de Martins informou que está analisando toda a documentação dos autos e que vai se manifestar no momento oportuno.

Laudo confirma tiro no coração

Clarice foi morta em casa no dia 1º de maio, no sítio em que vivia com Reginaldo, que confessou o crime a policiais, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva e foi levado para a Penitenciária de Serra Azul (SP).

De acordo com informações confirmadas pela reportagem com a Polícia Civil na quinta-feira (23), a denúncia foi apresentada à Justiça após a conclusão do inquérito, que indiciou Reginaldo pelo crime. A investigação também se baseou em exames periciais.

Entre eles, está o laudo necroscópico, que confirmou a morte de Clarice em função de um tiro no coração. Anteriormente, uma ficha médica havia apontado que a vítima tinha sido atingida por disparos de arma de fogo. Uma perícia também confirmou o uso recente de uma garrucha calibre 22 apreendida no sítio do casal.

Além de ser investigado pelo homicídio, Reginaldo foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo, porque policiais militares encontraram, além do revólver que pode ter sido usado no homicídio, outras armas, munições e até materiais para recarga como pólvora e chumbo.

A defesa de Reginaldo disse que o investigado precisa de atendimento médico por conta de um problema neurológico e tentou a prisão domiciliar, mas teve um primeiro pedido negado pela Justiça.

Morte em sítio

O crime aconteceu por volta das 16h10 no sítio onde o casal vivia. De acordo com a Polícia Militar, uma viatura foi acionada para atender a ocorrência e quando os policiais chegaram ao local, encontraram Reginaldo com uma arma.

Clarice já tinha sido socorrida por uma ambulância, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Reginaldo foi preso em flagrante. Antes de ser encaminhado à cadeia, Reginaldo passou por atendimento médico, por conta de ferimentos no corpo.

Segundo ele, os hematomas foram causados por conta de uma briga com a mulher. À polícia, Reginaldo confessou o assassinato e disse que foi motivado por uma discussão após a mulher se recusar a preparar o almoço.

Irmã de Clarice, Claudia Aparecida Marciano disse que a vítima havia decidido se separar no dia do crime. Segundo ela, a mulher era agredida constantemente pelo marido. Ainda de acordo com a Claudia, a irmã tentou se separar do marido em outras ocasiões, mas sofria ameaças.