Saúde

Secretaria de Saúde reforça mobilização pela saúde mental materna

Iniciativa de mobilização nacional visa conscientizar profissionais de saúde e população sobre transtornos na gestação e pós-parto

Coordenada em todo o país pelo Instituto Mater Online, a Mobilização Nacional pela Saúde Mental Materna ganha visibilidade esse mês em Maceió, através da Coordenação Técnica de Atenção Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde, que convidou a psicóloga Hilda Maia, pós-graduanda em Psicologia Perinatal e voluntária na ação, para ampliar essa discussão junto aos profissionais da área no município.

Reprodução da internet.

Adesão do município à ação nacional amplia debate da questão em Maceió.

“Assegurar o suporte adequado às mulheres para que elas possam vivenciar a maternidade de forma tranquila frente às emoções afloradas da gestação é um desafio, principalmente, quando nossa tarefa é identificar desequilíbrios e garantir a assistência necessária. É sobre isso que vamos debater e buscar novas estratégias para ampliar esse entendimento”, ressaltou a coordenadora técnica da Atenção Psicossocial da SMS, Roseane Farias.

Coordenadora Técnica de Atenção Psicossocial da SMS, Roseane Farias. Foto: Ascom SMS

A iniciativa da mobilização nacional, com a abordagem da saúde mental materna ganha cada vez mais importância, especialmente, quando são levados em consideração dados estatísticos relacionados à saúde mental de mulheres que são mães, que apontam para um alarmante aumento de casos de depressão, ansiedade e até suicídios.

O Portal da Transparência do Registro Civil contabiliza, todos os anos, um número cada vez maior de bebês sem o registro do reconhecimento da paternidade, criados por mães-solo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também reafirmou essa realidade em 2022, com o registro de mais de 11 milhões de mães inteiramente responsáveis pela criação dos filhos, no Brasil.

São mulheres que chefiam famílias e que têm que lidar sozinhas com todos os conflitos e obrigações do seu grupo familiar e, na maioria das vezes, num contexto de grande vulnerabilidade social.

Pesquisam mostram que mães-solo, responsáveis pela criação dos filhos, são mais afetadas por transtornos mentais. Foto: Reprodução da internet.

“Embora a Lei 14.721/2023 tenha assegurado apoio psicológico a mulheres, antes, durante e após a gestação, o suporte da rede de apoio ainda não possibilita à rede pública identificar e cuidar adequadamente dessa demanda. Um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz, mostra que no Brasil, uma em cada quatro mulheres fica deprimida no pós-parto, sendo que mais da metade não é diagnosticada e nem tratada”, pontua a psicóloga Hilda Maia, voluntária da mobilização nacional.

A psicóloga reforça que tanto na palestra que fará para os profissionais do município no próximo dia 28, quanto no encontro com usuárias e gestantes na unidade Hamilton Falcão, no Benedito Bentes, será dado destaque à importância da campanha, criada para dar visibilidade à causa e contribuir para a construção de políticas públicas que ofereçam suporte adequado às mulheres nas várias etapas da maternidade.

“A ideia também é diminuir o estigma social relacionado aos temas associados à saúde mental e à maternidade, que acentuam ainda mais o perfil de vulnerabilidade em quem já está bastante afetada pelas pressões dessa fase da vida”, explica Hilda Maia.

A palestra com a abordagem, voltada aos psicólogos do município, acontece na próxima terça-feira (28), às 9h, no auditório da SMS.