Ordem de Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) registrou oito casos após o desaparecimento do jovem Davi Silva, em 25 de agosto.
A Ordem de Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) realizou na manhã desta sexta-feira (12) um ato que relembra oito casos de pessoas desaparecidas em Alagoas. Entre eles o jovem Davi Silva, desaparecido há 108 dias, após ser levado por policiais militares no Benedito Bentes.
De acordo com a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da ordem, Paula Simony Lopes Ferreira, após o caso Davi, diversas pessoas passaram a procurar a Ordem em busca de informação de familiares desaparecidos, inclusive, de maneira similar. “É inédito para gente essa situação, por isso queremos que se faça uma delegacia especializada para que esses casos sejam investigados”, exige a presidente.
Dos oito casos registrados pela Comissão de Direitos Humanos, apenas duas pessoas, um garoto e uma garota foram encontrados. Entre os novos casos, duas famílias estiveram presentes durante o ato de hoje.
Essa é a situação de Geolita Apolônio da Conceição, de 65 anos, que teve o seu filho José Augusto dos Santos, de 44 anos, desaparecido no dia 26 de agosto no Conjunto Santos Dummont. De acordo com a mãe, José está em depressão e quando saiu “para dar uma volta” acabou sumindo.
A situação de desespero é compartilhada também por Esmeralda Barbosa, de 54 anos, cujo sobrinho Jonielson da Silva Barbosa, de 33 anos, também desapareceu no dia 5 de agosto no Conjunto Denisson Menezes. De acordo com a tia, o rapaz tem problemas psicológicos e teria pego uma carona para a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que fica próximo ao conjunto, mas não mais retornou para casa.
Em relação ao jovem Davi Silva, o primo Magno Francisco disse que a família ainda espera por uma resposta da polícia. Uma comissão de delegados chegou a ser formada pela Polícia Civil para apurar o desaparecimento.
Formada pela delegada Luci Mônica, do 8º Distrito Policial (DP), pelo delegado Cícero Lima e pelos delegados Lucimério Campos e José Carlos dos Santos, não teria entrado mais em contato com os familiares nos últimos 30 dias. “Não sabemos até agora se os policiais envolvidos no desaparecimento vão ser indiciados”, critica o primo.
Ainda de acordo com Magno Francisco, o fato de Davi ser pobre e de periferia faz com que o caso entre no esquecimento rapidamente. Os policiais envolvidos na abordagem ao jovem já prestaram depoimento para polícia, o conteúdo do depoimento não foi revelado para a imprensa. “O que sabemos somente é que os depoimentos foram contraditórios segundo a delegada Luci Mônica, mas o conteúdo não tivemos acesso”, diz Magno.