Consciência Negra
Na véspera do Dia da Consciência Negra, o Centro de Maceió foi ocupado por diversos tipos de manifestações culturais de matriz africana origem afro, na segunda edição do projeto Saurê Palmares.
Grupos de apresentações musicais, grupos tradicionais de matriz africana, rodas de capoeira, exposições, oficinas e comércio de produtos artesanais com temática afro tomaram o centro de Maceió, na tarde desta quarta-feira (19).
No calçadão do comércio, quatro palcos espalhados e vários pontos receberam apresentações dos grupos Afro Afoxé, do Afoxé Ofá Omin, do grupo Ginga Terapia, do Coco de Roda do Grupo Folclórico Ganga Zumba, do Maracatu Raízes da Tradição e da banda Afro Dara. Esta última é formada por socioeducandas da Unidade de Internação Feminina.
Segundo o superintendente de Assistência Socioeducativa de Alagoa, Alexsandro Luz, a atividade faz parte do trabalho de ressocialização e já acontece há um tempo dentro da Unidade e hoje o trabalho foi levado para o conhecimento do público.
“A ideia que as pessoas têm do sistema é de negatividade e participar de eventos como estes vale como uma aula de campo para as meninas. Aqui elas colocam em prática o que aprendem nas aulas de dança, percussão, além de aprenderem sobre história. É a primeira vez que elas saem para se apresentarem na rua. Amanhã estaremos na Serra da Barriga”, disse o superintendente.
Para o babalorixá Célio Rodrigues, o pai Célio de Iemanjá, o projeto Saurê Palmares é o reconhecimento da Prefeitura de Maceió à importância de Zumbi dos Palmares e ao Dia da Consciência Negra.
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Este evento é tudo. Demarca a data não só como a Consciência Negra mas um momento em quem a prefeitura abre espaço para os movimentos de matrizes africanas, quando antes nós chegamos a ser proibidos de ocupar espaços públicos. Além disso, um evento nesta Praça, que era onde os negros eram negociados. Eu estou muito feliz com esse reconhecimento”, disse Pai Célio.
Encerradas as apresentações no calçadão, o palco do evento passa a ser a Praça Palmares. Um palco foi montado para receber as apresentações da Orquestra de Tambores, Toni Edson, Banda Afro Mandela e Afoxé Odô Iyá e encerra com a apresentação do paraibano Chico César.
Na Praça Palmares também serão realizadas diversas oficinas: de Cabelo e Identidade; oficina Mandala da Miscigenação; exposição ‘Águas de Oxalá, Caminhos da Transformação’, exposição de cordéis. Além disso, feira de comidas típicas, acessórios, roupas de capoeira e instrumentos musicais, produtos artesanais, esculturas e expressões plásticas.