Colorado ajudou o Grêmio a permanecer no G-4
Lucas Rizzatti | lucas.rizzatti@zerohora.com.br
Protagonista entre os assuntos da semana colorada, a polêmica do "entrega-não entrega" passou longe do Engenhão neste domingo. Com gols de Andrezinho e Sobis, o Inter venceu o Botafogo por 2 a 1 e espantou a ideia de uma eventual derrota para prejudicar o rival Grêmio na luta pelo G-4.
Além da vitória ter sido obtida com autoridade, o jogo serviu para a torcida se encher de esperança com algumas promessas, como Juan, Massari e Oscar. Com defesas importantes, Muriel também se credencia para o Mundial, em Abu Dhabi.
Com 54 pontos, o Inter alcançou a sétima colocação do Brasileirão e encerrou a indigesta série de sete jogos sem triunfos.
Oscar aprova no teste
Com 30 segundos, o Botafogo já teria uma degustação do que o garoto Oscar é capaz. Veloz, o meia arrancou e, rapidamente, já estava na grande área. O chute da promessa colorada chegou a encostar no travessão. O Inter queria jogo. Não tinha essa de "entregar".
Já o Botafogo apostava na ligação direta para Loco Abreu. Era uma jogada previsível, mas não menos perigosa. Pelo lado direito, com Ronaldo Alves, ocorreram as principais perturbações. Aos cinco minutos, num escanteio oriundo desse setor, Antônio Carlos escorou para Lucio Flavio. O meia, sozinho na pequena área, encontrou o peito de Murial, que operou milagre no Engenhão.
E assim foram os primeiros 20 minutos. Um time atacava, o outro respondia. O Inter, sempre conduzido pelo impetuoso Oscar, que parecia ter se entendido com Sobis e Damião. Andrezinho, no entanto, pouco criou no meio. Enquanto isso, o Botafogo apostava na força dos alas. Assim, cavou boas faltas perto da área. Numa delas, aos 12 minutos, Marcelo Cordeiro chutou na trave de Muriel, que ainda tocara na bola.
Glaydson assombra Botafogo
Numa das poucas jogadas que não passou pelos pés de Oscar, Glaydson resolveu fazer tudo sozino. Aos 17 minutos, recolheu a bola no seu campo, desbravou o círculo central e só interrompeu sua trajetória espetacular na meia-lua carioca. Dali, mirou o ângulo de Jefferson. O chute roçou o travessão, que evitou o golaço.
O lance agudo do Inter parece ter assustado o Botafogo. A partir daí, o ritmo frenético da partida deu lugar à superioridade colorada. Dona do meio-campo, a equipe de Roth só não conseguiu colecionar grandes oportunidades. O grande mérito vermelho foi marcar sob pressão os zagueiros adversários. Oscar, Sobis e Damião não deram sossego ao trio defensivo alvinegro. Mesmo assim, o organizado time reserva do Inter sofria com o pesado jogo aéreo dos pupilos de Joel Santana.
Aos 22 minutos, Cordeiro cruzou na segunda trave, Alessandro escorou e Loco Abreu, sozinho, errou a finalização. Aos 34, Ronaldo falhou e quase que Edno marcou. Se não fosse Muriel, a injustiça seria estabelecida no placar. Mais um susto aos 41 minutos, quando, em nova esticada pela direita da defesa colorada, Fael encobriu Muriel. A bola encontrou o travessão. Boas chances, mas sempre com a mesma alternativa. Muito pouco para um time que mira a Libertadores. O Inter desce ao vestiário com melhor futebol, mas precisando melhorar seu volume de finalizações.
Faltava o gol. Não falta mais
O Inter voltou mais calibrado, ocupando ainda melhor os espaços e finalizando em boa quantidade. Mesmo com as entradas de Jobson e Caio, o Botafogo pouco criou. A dupla botafoguense optou por se atirar em campo e enganar o árbitro. Não deu certo.
Já o Inter queria jogar, como mostrou desde o início do jogo. Aos 20 minutos, três minutos depois de Tinga entrar em campo, Andrezinho acertou de primeira um belo chute na entrada da área: 1 a 0.
Combalido e sofrendo a pressão da torcida, o Botafogo sucumbiu após o gol inaugural. Sem reação, o time de Joel viu o jovem lateral Massari surgir como um raio na linha de fundo e rolar para Sobis. Aos 29 minutos, o Inter fazia 2 a 0. Além de Tinga, que entrou no lugar de Oscar, Sasha e Edu entraram. Sasha ingressou já com um chute perigoso. Parecia que despontaria uma goleada vermelha. Mas a bola aérea e o olhar equivocado do bandeirinha deram ao Botafogo o gol de desconto. Aos 30 minutos, impedido, Antônio Carlos fuzilou Muriel: 2 a 1.
Muriel salva e ganha pontos
Se Muriel não conseguiu chegar na bomba do zagueiro botafoguense, o goleiro mostrou, minutos depois, que pode estar entre os 23 do Mundial. Aos 34 minutos, evitou o gol alvinegro praticando duas defesas em sequência, de puro reflexo.
Três pontos com bom futebol, fim de jejum e confirmação de boas alternativas para o Mundial. Nada mal para um time que a rivalidade Gre-Nal já colocava como derrotado, antes mesmo de a bola rolar.