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‘Greve da Educação é política. Governo abre as contas e ninguém vai’, diz Vilela

De acordo com o governador, movimento grevista não aceitou a proposta para analisar as contas do Estado.

Luis Vilar/Alagoas24Horas

Luis Vilar/Alagoas24Horas

“A greve da Educação é política”, destacou o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), em café-da-manhã com a imprensa, nesta quinta-feira, dia 13. Vilela voltou a ressaltar que o Governo do Estado paga o quarto melhor salário do país aos professores e fez comparativo com o salário da rede municipal.

“Lá não tem greve. Esta greve tem motivação política. Nós chamamos para que o movimento fosse a Secretaria da Fazenda para que fossem abertas as contas do Estado, mas passaram 30 dias e ninguém foi. O governo convida e ninguém vai”, frisou o governador de Alagoas, que alegou a impossibilidade do aumento diante dos “poucos recursos do Governo do Estado de Alagoas e a preocupação com a Lei de Responsabilidade Fiscal”.

Teotonio Vilela Filho disse ainda que possui dois compromissos – diante do crescimento de receita – que são reajustes salariais dos técnicos da Educação e da Saúde. “Este pessoal nunca recebeu aumento de salário, enquanto os professores tiveram 80%”, colocou ainda. O governador salientou que as demandas dos servidores serão atendidas diante das possibilidades do Estado. “Não é que não se queira, é que não tem. Assim que houver possibilidade as reivindicações serão cumpridas, quem vai dizer isto são as perspectivas econômicas”, colocou.

O governador frisou que o Governo do Estado tem “plantado a semente” para “colher um melhor momento”. “Nossos índices ainda são vergonhosos, mas flexionam para cima. Ou seja, há uma mudança na realidade. Mas, às vezes me sinto como um samurai com uma espada defendendo um saco vazio, mas este saco é muito importante, pois é possível dar a ele musculatura. Para isto, o Governo do Estado tem aberto a porta do diálogo”, salientou.

Conversas

Vilela ao falar em “diálogo” ressaltou a importância do evento de hoje que foi titulado como “Conversando com o governador”. De acordo com ele, serve como prestação de contas e deve acontecer outras vezes, não só reunindo a imprensa, mas como outros setores da sociedade. “Temos uma cultura de eleger um político, aqui no Brasil e em Alagoas, e só voltarmos a falar nele quatro anos depois. Se tiver bom continua, se tiver ruim ‘passar bem’! Mas, é preciso que a sociedade participe, cobre, conheça, discuta e estes momentos servirão para isto”.

“Precisamos mostrar para sociedade o que tem sido feito. O programa de Educação que tem sido implantado em Alagoas, por exemplo, é referência, conforme o Ministério da Educação. Mas, preferem dizer (referência ao movimento grevista) que eu rasguei o Pacto pela Educação. Houve redução da mortalidade infantil em 35% também. Nossos índices ainda são vergonhosos, mas há um trabalho sendo feito e estou com a consciência tranquila do que vem sendo desenvolvido pelo Governo do Estado de Alagoas”, destacou ainda o governador.

Ao lamentar a greve da Educação, Vilela fez menção ainda de que a ação – segundo ele – política do sindicato tem prejudicado uma “terceira geração de crianças que não conseguem ter o ensino completo dentro do prazo de um ano letivo”. “Isto é um prejuízo enorme para quem trabalha para melhorar os índices de uma Educação que já foi reconhecida como uma das piores do país”.

“Eu quero fazer um governo totalmente transparente e as contas estão abertas para a sociedade. O que este movimento grevista quer é uma coisa política. Eu me sinto sozinho como se fosse uma briga do Teotonio Vilela Filho com os professores, quando é o Estado que está em jogo. É mais uma geração que está sendo prejudicada”, complementou.

Teotonio Vilela Filho falou ainda sobre o movimento grevista dos funcionários do Departamento de Trânsito (Detran). De acordo com o governador, mesmo existindo recursos próprios do órgão, a Lei de Responsabilidade Fiscal também impede o reajuste solicitado pela categoria. “É preciso agir com responsabilidade e dentro da lei, para não prejudicar um Estado que possui hoje um projeto de desenvolvimento e caminha para isto”, finalizou.