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Téo confirma reuniões com dono da Gautama, mas nega envolvimento em fraudes

Sobre o envolvimento com o proprietário da Gautama, Teotonio disse que encontrou com ele ‘várias vezes’, em uma delas no gabinete de João Tenório, em Brasília. “Como ele tem obras importantes, aqui no Estado, devo ter me encontrado várias vezes”, explicou.

Alagoas24horas

Governador admite encontros com Zuleido Veraas

Em entrevista coletiva, o governador Teotonio Vilela Filho negou o envolvimento com o esquema de fraude da empresa Gautama, pertencente ao empresário Zuleido Veras. Depois das denúncias da Polícia Federal, que alguns governadores teriam tido envolvimento no esquema, Téo apareceu em público para responder aos questionamentos da imprensa e foi enfático em afirmar total lisura e transparência em sua vida política.

Durante a entrevista, o governador afirmou que não cogita se afastar ou deixar o governo do Estado. “Eu não estou sendo investigado sob absolutamente nada. As decisões que tomei foram de afastar, exonerar, todos aqueles que foram detidos pela Polícia Federal”, afirmou.

Encontros com Zuleido

Sobre o envolvimento com o proprietário da Gautama, Teotonio disse que encontrou com ele ‘várias vezes’, em uma delas no gabinete de João Tenório, em Brasília. “Como ele tem obras importantes, aqui no Estado, devo ter me encontrado várias vezes”, explicou.

De fato, a Polícia Federal registrou pelo menos três encontros entre o governador e Zuleido, um deles no dia 26 de abril, quando, ao tratar da obra das alças viárias, o governador se queixa que Zuleido só trabalha com "dinheiro grande". Não fica claro qual foi o valor negociado. O empreiteiro diz que "não gosta de trabalhar com governador fraco".

“Nesse encontro, isso foi a propósito de uma sugestão que ele fez para que eu propusesse ao governo federal que colocasse a alça viária no PAC, foi quando eu fiz o comentário de que isso era uma obra muito cara. Mas era uma sugestão interessante porque o anel viário precisa ser realmente feito”, explicou Téo.

Encontros na casa amarela

Em relação à gravação telefônica feita entre Zuleido e Enéas Alencastro, responsável pelo escritório do governo de Alagoas em Brasília, Teotonio também se explica.

Na gravação telefônica, Enéas marca um encontro entre Téo e Zuleido, na “casinha amarela veia”, onde ficaria o JF – João Ferro. Sobre o assunto, Téo explica que é a casa que usava como escritório, na época em que era senador e, por isso, levava vários trabalhadores, políticos e empresários. “Possivelmente, em um desses encontros, eles teriam ido”.

O governador ainda negou, veementemente, qualquer contato com a alagoana Fátima Palmeira, diretora-comercial da construtora Gautama, que é acusada de ser a encarregada de se aproximar de políticos e fazer pagamentos de propina.

Em relação às obras da Gautama que ainda estão sendo realizadas em Alagoas – do sistema Pratagy e da macrodrenagem do Tabuleiro -, Téo diz que as obras estão em andamento e, caso sejam encontradas irregularidades na auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado, elas serão interrompidas.

Repasse de recursos a Gautama

Teotonio ainda admitiu que repassou cerca de R$ 3 milhões à empresa Gautama, no tempo em que o Estado passava por uma crise financeira, mesmo a empresa tendo várias irregularidades comprovadas no Tribunal de Contas da União e pior, sem ter concluído nenhuma obra no Estado.

“No caso, os recursos foram liberados para uma obra que está em andamento e não foi questionada no Tribunal de Contas. O dinheiro foi repassado para a Gautama porque é um dinheiro que foi apropriado pelo Governo anterior, indevidamente”, afirmou Téo.

Teotonio Vilela explicou ainda que esse dinheiro é de um recurso federal do Governo para que a empresa terminasse a obra do Pratagy e o governo passado se apropriou indevidamente “e a lei manda que eu tivesse de devolver, que o Governo precisasse colocar de novo os recursos na secretaria de Infra-Estrutura, sob pena de não receber recursos federais porque esse dinheiro não pertencia ao Estado”, finalizou.

Atualizado às 18h25