O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que não teme as investigações do Conselho de Ética da Casa Legislativa sobre as denúncias publicadas pela revista "Veja" de que usaria recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar parte de suas despesas pessoais.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que não teme as investigações do Conselho de Ética da Casa Legislativa sobre as denúncias publicadas pela revista "Veja" de que usaria recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar parte de suas despesas pessoais. "Nada me preocupa porque a verdade está do meu lado. Absolutamente nada me preocupa", afirmou Renan.
Cercado por jornalistas ao chegar à sessão plenária do Senado, Renan reiterou que não vai comentar os desdobramentos das denúncias. "Falei ontem. Mostrei documentos e disse que sou responsável pelos meus atos. Já apresentei minhas vísceras com todas as declarações de Imposto de Renda", afirmou.
O senador disse que apenas seu advogado vai comentar as afirmações de Pedro Calmon Filho, advogado de Mônica Veloso, de que não existe um fundo de R$ 100 mil aplicado pelo senador para garantir despesas futuras de sua filha com a jornalista.
O advogado também sustenta que os pagamentos referentes à pensão e ao aluguel de apartamento para Mônica Veloso eram efetivados pelo lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo.
Renan também evitou responder se vai apresentar provas de que utilizava recursos próprios para pagar pensão de R$ 8.000 à jornalista entre 2004 e 2005 –como afirmou no discurso de defesa nesta segunda-feira.
Nos documentos apresentados por Renan aos senadores, há comprovação do pagamento da pensão a partir de fevereiro de 2006 –quando o valor de R$ 3.000 passou a ser descontado no contracheque do senador.
"Eu não vou responder. O meu advogado é que deve responder. Demonstrei que o meu Imposto de Renda comprova as despesas. O que eu precisava falar ao país, eu falei com dados, cheques e informações", encerrou.
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vai investigar as denúncias da revista "Veja" de que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teria utilizado recursos da construtora Mendes Júnior para pagar parte de suas despesas pessoais. Tuma já pediu que o discurso de defesa de Renan e os documentos apresentados pelo senador na tribuna do Senado sejam encaminhados para análise da Corregedoria.
Ao final das investigações, Tuma pode arquivar o caso ou encaminhar as denúncias à Mesa Diretora do Senado. A partir daí, a denúncia segue para análise do Conselho de Ética da Casa. "Vou ter que ouvir pessoas citadas na matéria. O depoimento dele [Renan] foi correto, buscou responder a todas as acusações", disse.
Além das investigações na Corregedoria, o Conselho de Ética pode iniciar uma investigação contra Renan se for provocado por um partido político ou parlamentar. Nenhum dos senadores sinalizou, no entanto, qualquer disposição de ingressar no conselho com representação contra Renan.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), no entanto, disse que o partido estuda ingressar com representação contra Renan no Conselho. Alencar adiantou que a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) vai discutir essa possibilidade nesta semana, durante passagem por Brasília.
O Conselho terá a primeira reunião da atual legislatura na próxima quarta-feira para escolher seu presidente. Segundo Tuma, o assunto só entrará na pauta do órgão se algum conselheiro provocá-lo. "Vai depender do presidente eleito. Não acredito que tenha qualquer representação nesse sentido [contra Renan]", afirmou.