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Lula elogia Palocci, mas diz que política econômica é do governo

"Eu quero dizer para vocês que a economia brasileira vai continuar com a seriedade que ela veio até agora. Quero dizer para vocês que o ministro Palocci é o meu ministro da fazenda escolhido por mim", disse.

Após mais de uma semana de espera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o discurso da sanção da chamada "MP do Bem" para elogiar o ministro Antonio Palocci (Fazenda). No entanto, reafirmou que a política econômica pertence ao governo.

"Eu quero dizer para vocês que a economia brasileira vai continuar com a seriedade que ela veio até agora. Quero dizer para vocês que o ministro Palocci é o meu ministro da fazenda escolhido por mim", disse.

A declaração do presidente foi feita durante o discurso da solenidade da sanção da MP, que dá uma série de incentivos a diversos setores produtivos.

Embora tenha reafirmado que Palocci é seu ministro, deixou claro que a política econômica é de responsabilidade do governo.

"Nesse governo não tem política econômica do ministro Palocci. Nesse governo tem política econômica do governo, que envolve toda a complexidade do que significa o governo. Se ela for bem, todo mundo ganha com a política econômica. Se ela for mal, todo mundo perde com a política econômica. Isso é da história", disse.

Desde a semana passada é esperado um discurso do Lula sobre o ministro Palocci. Além de atingido pelas denúncias de corrupção na sua gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto, ele se envolveu em uma discussão pública com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que classificou de "rudimentar" a proposta de política fiscal de longo prazo da equipe econômica.

Hoje, Lula aproveitou para dizer que a "MP do Bem" foi fruto do trabalho do ministro e de sua equipe.

"Eu quero aproveitar para dizer a todos vocês que essa medida não seria possível de acontecer se não fosse o trabalho do companheiro Palocci e seus assessores, sobretudo da Receita Federal", disse o presidente eu seu discurso.

Citando indiretamente as discussões em seu ministério, o presidente disse que o embate político acaba beneficiando a população.

"Há aqueles que gostam de ver o circo pegar fogo, que gostam de alimentar uma disputa que na minha opinião não existe. No meu governo, e quero deixar isso claro, há espaço para que os ministros possam ter pensamentos diferenciados, possam exercitar a vontade de fazer o debatem. Mas existe o momento em que esse debate será transformado em política pública de governo", avalia.

Ele finalizou o discurso dizendo que o governo é "feliz" por ter os ministros que tem. "Feliz do governo, feliz do presidente da república que tem o ministério que eu tenho."

Eleições

O presidente também mandou um recado para os seu adversários políticos. Disse que não mudará a conduta de seu governo só porque 2006 é um ano eleitoral. Para ele, é importante manter o rumo da economia para garantir o crescimento no longo prazo.

Lula disse que se não for permitido que a "pequenez eleitoral tome conta do nosso comportamento, certamente nós estaremos deixando para quem vier depois de nós um Brasil que definitivamente será considerado um país sério, um país desenvolvido e não um país eternamente emergente, disse.