Manuel Uribe, um mexicano que pesa 550 quilos, é uma incógnita para a ciência médica, porque, apesar do grande acúmulo de gordura, seus níveis de colesterol e de açúcar no sangue estão dentro das normas de uma pessoa saudável.
Manuel Uribe, um mexicano que pesa 550 quilos, é uma incógnita para a ciência médica, porque, apesar do grande acúmulo de gordura, seus níveis de colesterol e de açúcar no sangue estão dentro das normas de uma pessoa saudável.
"Passei por muitas análises e saio mais saudável que uma pessoa normal", disse Uribe, em entrevista à EFE.
O homem de 40 anos tem assombrado os médicos que o examinam, porque ultrapassa muito seu peso corporal ideal e não tem nenhum dos transtornos comuns da obesidade mórbida.
"Sempre fui saudável, mais do que uma pessoa normal, disseram-me os diversos médicos que me trataram", afirmou Uribe.
De acordo com todos os cânones médicos, uma pessoa que tem obesidade mórbida deve sofrer diabetes, aumento do colesterol e do ácido úrico, assim como hipertensão arterial.
"A obesidade mórbida diz respeito a pacientes que estão a partir de 50% acima de seu peso corporal ideal", disse o especialista Manuel González Ceniceros, que dirige uma clínica especializada em emagrecimento.
O especialista destacou que esse tipo de obesidade se torna crônica, e é associada a vários transtornos que tendem a se agravar.
"Os pacientes melhoram, quase sempre, quando a obesidade é tratada adequadamente", disse González Ceniceros.
O especialista mencionou que existem fatores genéticos que podem produzir a obesidade, e acredita-se que os genes determinam 33% do peso corporal, mas isto varia de pessoa para pessoa.
Além disso, doenças como o hipotireoidismo e alguns transtornos neurológicos podem causar um excessivo aumento de peso, assim como algumas drogas, entre elas os esteróides e os antidepressivos.
Devido a seu peso de mais de meia tonelada, Uribe foi abandonado pela esposa e se refugiou na casa da mãe, onde vive praticamente isolado do mundo, já que para se movimentar precisa recorrer a um guindaste e a um transporte especial que um amigo deu a ele de presente.
Nos últimos dois anos, Uribe praticamente não saiu de casa. Está prostrado em uma cama e é ajudado pela mãe.
Uribe disse que seu problema começou em 1992, quando "começou a engordar", pois até essa época pesava 130 quilos, mas reconhece que comia mais do que o normal.
Manuel trabalhava em diversas cidades dos Estados Unidos, onde comprava peças de carro usadas para revendê-las na cidade de Monterrey, capital do estado de Nuevo León.
"Depois, parei de comer carboidratos, carnes e calorias, e comecei a comer mais verduras, tentando mudar. Mas nada, continuei engordando", acrescentou, com certa tristeza.
Como as pernas de Uribe continuaram acumulando gordura, seus amigos organizaram uma festa para reunir US$ 10 mil para uma operação de retirada de gordura.
"Os médicos tiveram medo de me operar, e, além disso, pediam-me mais dinheiro", disse.
Uribe disse que passou por diversos exames nos Estados Unidos, e não encontraram a razão pela qual continuava ganhando peso.
O mexicano afirma estar disposto a se submeter a qualquer tratamento para de poder emagrecer.
O secretário de Saúde do estado de Nuevo León, Gilberto Montiel, visitou Uribe e disse que o Governo atenderá seu caso.
"Viemos pedir sua autorização para realizar uma série de exames médicos, de sangue, e revisar para ver se tem algum tipo de infecção", disse Montiel a Uribe durante a entrevista.
O secretário mencionou que será feita uma análise integral para buscar os problemas metabólicos que provocaram o aumento de peso.
"Buscaremos as causas que possam estar precipitando este problema e determinar se é preciso um tratamento específico", afirmou Montiel.
Uribe tem consciência de que, se continuar como está, seus anos de vida serão cada vez mais curtos. "Quero continuar vivendo", disse.