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Reunião formaliza criação do núcleo de combate a crimes homofóbicos

A violência contra homossexuais atingiu neste ano 19 pessoas, duas a mais que o número registrado em todo o ano passado. Pela maior parte dos crimes estar ligada a questões homofóbicas, foi criado em Alagoas o Núcleo de Combate à Violência e Discriminação dos Homossexuais.

Alagoas24horas

Núcleo vai agilizar processos de crimes contra homossexuais

A violência contra homossexuais atingiu neste ano 19 pessoas, duas a mais que o número registrado em todo o ano passado. Pela maior parte dos crimes estar ligada a questões homofóbicas, foi criado em Alagoas o Núcleo de Combate à Violência e Discriminação dos Homossexuais.

O grupo é gerenciado pelo secretário de Justiça e Defesa Social, coronel Ronaldo dos Santos, e conta com a participação de representantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Alagoas, Ministério Público, Grupo Gay de Alagoas (GGAL) e Pró-Vida, a Associação das Travestis.

“O núcleo vai acompanhar o andamento das investigações de crimes e atos violentos contra os homossexuais, mas também vai punir quem não estiver agindo de forma correta dentro do grupo. O núcleo não é paternalista, nós agiremos com isenção”, explicou o secretário.

Para os homossexuais, a criação do núcleo é vista como uma conquista. “Dos 19 assassinatos cometidos neste ano, nós só sabemos como está um, que foi o de Coruripe. Marciel foi assassinado e o caso foi levado à Justiça, mas o promotor pediu que voltasse, por falta de provas”, contou José Carlos Mertthen, presidente do GGAL de Alagoas.

Apurações

No início da reunião, que ocorreu na sede da OAB/AL, no Centro de Maceió, coronel Ronaldo falou da carência de 27 delegados em Alagoas. “Por isso há atraso em alguns inquéritos ou dificuldades nas investigações, mas isso não deve ser entendido como descaso da Polícia Civil”.

“A criação de uma delegacia especializada deve ser por projeto de lei e estamos num ano eleitoral, em que não podemos implicar gastos para o próximo Governo. Mesmo assim estamos estudando a criação da delegacia”, completou o secretário.

Sobre a apuração de crimes cometidos neste ano, o secretário citou que quatro deles não podem ser entendidos como crimes homofóbicos e disse que tinha o andamento de sete, dos 14 primeiros crimes cometidos.

“Quando o processo estiver na Justiça, o papel do núcleo será de acompanhar as audiências; já quando estiver em fase de investigação, o núcleo ajudará na busca de informações sobre a família da vítima e de suspeitos”.