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Prejuízo no Líbano chega a US$ 3,6 bilhões

O total de vítimas também é alarmante: 1.181 no Líbano e 157 em Israel, segundo fontes oficiais. Calcula-se que muitas pessoas estejam sob as pilhas de escombros no sul do Líbano.

AFP

Libanês procura caixão de familiares no enterro coletivo

Cinco países [Alemanha, Bangladesh, França, Itália e Malásia] prometeram enviar imediatamente tropas para compor a força multinacional que dará apoio aos soldados libaneses que devem assumir o controle do sul do Líbano, a fim de impedir a retomada dos confrontos entre Israel e o grupo terrorista Hizbollah, que deixaram muita destruição e US$ 3,6 bilhões de prejuízo no Líbano, segundo o governo.

Nesta sexta-feira, o Exército libanês deu continuidade a seu deslocamento pelo sul do Líbano. Caminhões e unidades blindadas de transporte de tropas chegaram a Khiam, a sete quilômetros da fronteira com Israel, onde foram travados violentos combates entre membros do Hizbollah e forças israelenses.

Ontem, milhares de soldados libaneses chegaram ao sul do país, região que não contava com a presença do Exército havia 38 anos. Os oficiais assumiram posições em dezenas de vilarejos ao longo da fronteira.

Ao mesmo tempo, tropas israelenses deixam gradualmente as zonas tomadas em um mês de ofensiva, para entregar o controle à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil).

Reforço

A ONU precisa de 3.500 soldados para iniciar a presença da força multinacional na região. Apesar das promessas, as ações de ajuda na área de segurança são lentas e tornam cada vez mais frágil o cessar-fogo iniciado na última segunda-feira (14).

Após 34 dias de confrontos, o que se vê no Líbano é um país arrasado por bombardeios, que lembra o período da guerra civil libanesa (1975-1990), e cujos prejuízos já somam US$ 3,6 bi, segundo Al Fadl Shalaq, chefe do Conselho para o Desenvolvimento e Reconstrução do Líbano.

O total de vítimas também é alarmante: 1.181 no Líbano e 157 em Israel, segundo fontes oficiais. Calcula-se que muitas pessoas estejam sob as pilhas de escombros no sul do Líbano.

Shalaq comparou a destruição atual de seu país aos 15 anos da guerra civil libanesa. "Eu testemunhei muitas guerras no Líbano, mas nenhuma teve a violência dessa [referindo-se à destruição causada ao país em apenas um mês]. Quando dizem que 900 mil pessoas tiveram de deixar suas casas e se deslocar, isso significa um quarto da população do país". Que país pode lidar com um quarto de sua população deslocada?, disse, em entrevista à agência Reuters. A população do Líbano é de cerca de 3,9 milhões de pessoas.

Mais de cem pontes foram destruídas ou bastante danificadas pelos ataques aéreos de Israel, que também também afetaram estradas, fábricas, portos, aeroportos, fornecimento de água, luz e telefone, escolas e instalações militares. Alguns vilarejos no sul do país foram reduzidos a escombros.

O Hizbollah, em ação sem precedentes em sua história, também atacou várias cidades israelenses. Apesar da forte ação de Israel por terra, ar e mar, o grupo lançou mais de 3.300 foguetes contra o norte do país, atingindo prédios residenciais e gerando a fuga de 300 mil civis israelenses para abrigos antiaéreos ou para outras cidades. O Banco de Israel calcula danos –em prejuízos no setor de turismo e produção industrial — de 1,5 bilhão.

Segundo Shalaq, 30 mil casas foram atingidas, um quarto delas localizadas nos populosos subúrbios da capital Beirute, onde o Hizbollah possui várias bases. Shalaq disse ainda que, se a reconstrução do país começasse agora, levaria ao menos um ano para reparar a infra-estrutura e três anos para reconstruir ou restaurar os edifícios destruídos.

"Foram muitos anos e bilhões de dólares para reparar os prejuízos da guerra civil libanesa, agora temos de recomeçar o processo novamente", disse.