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Em comemoração aos 200 anos de Maceió, Imprensa Oficial reedita Maceió de outrora, de Félix Lima Júnior

Livro, que já está nas livrarias, sai pela coleção Pensar Alagoas e traz aspectos provincianos da capital no início do século 20

Já está na livrarias a obra Maceió de outrora (volume 1), de Félix Lima Júnior,  que a Imprensa Oficial Graciliano Ramos reeditou pela coleção Pensar Alagoas. O livro traz prefácio inédito da professora e pesquisadora Rachel Rocha e a apresentação original da primeira edição, do escritor e folclorista Théo Brandão, de 1959. A obra está sendo vendida por R$ 20.

O livro é dividido em duas partes: Os costumes, a etiqueta e a moda e Paisagens e aspectos da cidade. A primeira parte traz temas como melindrosas e almofadinhas, comes e bebes, a pesca do sururu e como se vestiam e se enfeitavam moças e senhoras. Já a segunda parte resgata a paisagem de Maceió (hoje, boa parte já desaparecida), como o mercado de flores, o relógio oficial, Rua do Comércio, o coqueiro Gogó da Ema, trapiches, pontes e outros.

Entre as curiosidades trazidas pelo olhar atento de Félix está o registro de traços importantes da culinária local e dos hábitos alimentares vigentes há cerca de um século. Depois de farto café da manhã às 7h, o autor revela que bem antes do meio dia já se tinha à mesa outra refeição. “Às 9h30, serviam o almoço: carnes de sol ou do sertão, com farofa, filé paulista, arroz ou pirão; carne de porco assado com verduras, fritadas de siri, de sururu, de maçunim. Depois, doce de coco-verde, de goiaba, de groselha, de laranja-da-terra em calda. Às 3 da tarde, na mesa forrada com alva toalha, estava posto o jantar: feijoada completa, com charque argentino ou uruguaio, tipo especial, nunca mais vendido em Maceió; maxixe, jerimum, quiabo, batata-doce, bananas-compridas. Nas quartas e sextas-feiras apareciam o bacalhau ensopado, esplêndido bacalhau norueguês, vindo em caixões, ou bolos de bacalhau, artigo mais barato, mais ordinário, importado em barricas, da Terra Nova, cavala, carapeba, bagre do Pilar, camorim, curimãs, “tainhas de meia banha”, como nos tempos coloniais, do olho amarelo, que alcançavam preços mais altos. Para sobremesa, doce de leite, de ovos, de jaca, de banana em rodelas de araçá, e café, para terminar”. Após esse jantar da tarde, havia ainda uma ceia, às 6h30 ou às 7 da noite, com mais guloseimas da culinária alagoana, como tapiocas, beijus e grudes de goma.

Outro aspecto importante revelado pelo livro é a presença da dança na cidade, como ressalta a prefaciadora desta edição, a pesquisadora e escritora Rachel Rocha: “A existência de professores de música e de dança na pequena Maceió deixa para o leitor a forte impressão de que a dança era uma importante forma de lazer e de convivialidade na pequena capital alagoana, lazer que atravessa as classes sociais, sendo prática observada em muitos ambientes”.

Coleção Pensar Alagoas

O livro, que teve sua primeira edição em 1976, sai pela coleção Pensar Alagoas, cuja proposta é reeditar obras que tratam de refletir sobre Alagoas, em diferentes áreas do conhecimento. Entre seus títulos estão Dom Pedro e dona Teresa Cristina nas Alagoas (Abelardo Duarte), Maceió – a cidade restinga (Ivan Fernandes Lima), Vade-mecuum do turista em Alagoas (Moreno Brandão), Box Delmiro Gouveia (Tadeu Rocha e   e História do futebol alagoano: arquivos implacáveis (Lauthenay Perdigão), entre outros.

SERVIÇO

Maceió de outrora (Félix Lima Júnior)

Preço do livro: R$ 20

Onde encontrar: nos pontos de venda da Imprensa Oficial Graciliano Ramos (ver no site www.imprensaoficial.al)

Mais informações: 3315.8303