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ONU prevê que Brasil deve ter redução da população até 2100

Reuters

População Mundial

A Divisão de População das Nações Unidas publicou nesta quarta-feira (29) dados da evolução da população mundial que incluem uma projeção de que o Brasil deve ter queda no número de habitantes até 2100.

O país, que atualmente tem 207,8 milhões de pessoas, passará, de acordo com essa previsão, a ter 228,6 milhões em 2030, depois 238,2 milhões em 2050, e, finalmente, 200,3 milhões em 2100.

Um gráfico que mostra essa evolução indica que logo após o ano de 2050 o país começaria um suave declínio populacional, resultando nessa diferença de 7 milhões a menos que em 2015 até o fim do século. A ONU detalha que essas previsões são as medianas de cálculos de probabilidade feitos com base em estimativas de fertilidade e expectativa e vida ao nascer.

O provável decréscimo do Brasil contraria a tendência global de crescimento. A previsão é de que a população total da Terra, atualmente em 7,3 bilhões, deve chegar a 9,7 bilhões até 2050 e 11,2 bilhões em 2100, pouco acima das últimas projeções da ONU.

A Índia está a caminho de ultrapassar a China e se tornar o país mais populoso do mundo em menos de uma década – seis anos antes do que foi previsto anteriormente.

Também crescendo rápido, a Nigéria deve superar os Estados Unidos em meados de 2050 e ter a terceira maior população do planeta, previu a ONU.

A maior parte do crescimento da população global acontecerá em regiões em desenvolvimento, especialmente a África, de acordo com o relatório Perspectivas da População Mundial.

Como informa a agência Reuters, as previsões demográficas são cruciais para se conceber e implementar as novas metas de desenvolvimento global que estão sendo lançadas este ano em substituição às Metas de Desenvolvimento do Milênio.

John Wilmoth, chefe da divisão populacional da ONU, disse que a concentração do crescimento nos países mais pobres tornará mais difícil erradicar a pobreza, combater a fome e expandir o ensino e os sistemas de saúde.

China e Índia, as duas nações mais povoadas do planeta, têm bem mais de um bilhão de habitantes cada e devem trocar de posição até 2022 – o que deveria ocorrer seis anos mais tarde.

Especialistas preveem que a África responderá por mais que o dobro do crescimento da população mundial nos próximos 35 anos. Projeta-se que as populações de 10 países africanos – Angola, Burundi, República Democrática do Congo, Malaui, Mali, Níger, Somália, Uganda, Tanzânia e Zâmbia – irão quintuplicar ou mais até 2100.

O futuro crescimento populacional é altamente dependente do rumo da fertilidade no futuro, já que pequenas alterações na fertilidade podem, se projetadas ao longo de décadas, gerar grandes diferenças na população total, afirmou o relatório.

Nos últimos anos, a fertilidade diminuiu em quase todas as partes do mundo e a expectativa de vida aumentou significativamente nos países mais pobres.

A fertilidade declinante e a expectativa de vida crescente fazem com que o mundo se torne mais velho, e a maioria das regiões terá uma população idosa, começando pela Europa, onde um terço dos habitantes devem estar passando dos 60 anos até 2050, segundo o relatório.