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Como prevenir o câncer colorretal

Você é do tipo que bebe pouca água e evacua uma ou duas vezes por semana?

É adepto de comida industrializada (leia-se: refrigerantes, enlatados, embutidos, defumados, frituras e alimentos com alto teor de gordura, sal, conservantes, condimentos e corantes)?

Tem vida sedentária e, pra piorar, mantém o hábito de fumar e de ingerir bebida alcoólica?

Tem mais de 50 anos e possui parentes que receberam o diagnóstico de câncer de cólon e de reto?

E, por fim, já teve câncer de mama, útero ou ovário ou possui alguma doença inflamatória intestinal?

Se você respondeu “SIM” a algumas das perguntas acima, então a dica é visitar seu médico e fazer um breve check-up. A lista acima reúne os fatores de risco de câncer em dois órgãos essenciais do aparelho digestivo: o cólon (que compõe o intestino grosso) e o reto.

“Após a passagem pela boca, esôfago e estômago, o alimento segue para o intestino delgado, responsável pela maior parte da absorção dos nutrientes. Em seguida, percorre o intestino grosso, onde ocorre a síntese de algumas vitaminas e a absorção de sais e da água ingerida pelo organismo. O reto, localizado na parte final do intestino grosso, faz a ligação com o ânus”, explicou o médico Aldo Barros, cirurgião oncológico da Santa Casa de Maceió.

Aldo Barros é um dos convidados do Simpósio Neoplasias do Aparelho Digestivo, do Programa de Educação Continuada da Santa Casa de Maceió. O evento reunirá especialistas de todo o país nos dias 4 e 5 de setembro no centro de estudos da instituição. O encontro científico contará com palestras e videocirurgias.

“Como são raros os tumores no intestino delgado, a maior preocupação é o câncer colorretal”, diz Aldo Barros. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, a neoplasia levou a óbito 14 mil brasileiros em 2011 e registrou 32.600 casos novos em 2014.

Assim como outras doenças do aparelho digestivo, o câncer colorretal é silencioso e assintomático. Do surgimento dos primeiros pólipos (verrugas) ao início do câncer pode levar entre 8 e 10 anos sem que a doença apresente sinais, sendo o sangue nas fezes um dos principais.

A oncologista Andrea Albuquerque diz que patologias como hemorróidas e doenças intestinais também podem apresentar sangramento, ou seja, “sangue nas fezes não é sinônimo de câncer mas um alerta para que você procure o seu médico”, orienta Andrea, que também participará do simpósio.

Ascom Santa Casa

Cirurgião oncológico Aldo Barros e a oncologista Andrea Albuquerque

Exames

Há um exame bastante simples que, se realizado uma vez por ano, pode reduzir em 30% as chances de contrair o câncer colorretal. Trata-se do exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes, provenientes do sangramento de pólipos benignos, de tumores benignos ou malígnos e de outras patologias, este sangue nas fezes pode ou não ser visível ao olho nu.

Outra forma simples de diagnóstico, realizado pelo médico no próprio consultório, é o exame proctológico (toque retal). Se um dos testes apresentar alterações, recomenda-se um exame mais detalhado, como a colonoscopia, considerado padrão ouro em caso de suspeita de câncer colorretal ou de outras doenças intestinais.

Colonoscopia

Utilizando uma ótica (câmera) com haste flexível introduzida no ânus, sob sedação, este exame permite visualizar as paredes do intestino e, se necessário, retirar uma amostra para biópsia. “Quem não fizer o teste de sangue oculto todo ano, pode optar pela colonoscopia a cada 5 ou 10 anos”, orienta a oncologista Andrea Albuquerque.

A colonoscopia além de fazer a biópsia de áreas suspeitas, confirmando o diagnóstico da neoplasia, pode também fazer a retirada de lesões pré-cancerígenas, como os pólipos (verrugas), de forma preventiva. “São esses pólipos que, com o tempo, podem vir a se transformar em tumor”, explica o cirurgião oncológico Aldo Barros.

Após o diagnóstico e adequada avaliação da extensão da doença o paciente poderá ser tratado com quimioterapia, radioterapia e principalmente com a cirurgia.