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Corinthians abre maior distância, e luta do Brasileirão se volta à arbitragem

Friedemann Vogel/Getty Images


Marciel comemora o gol do Corinthians contra o Fluminense

Enquanto o Corinthians dispara na liderança do Campeonato Brasileiro, a gritaria contra os erros de arbitragem só aumenta ao se concluir a 22ª rodada. Depois de tropeço do Atlético Mineiro no Independência, a equipe de Tite fez o seu dever de casa e abriu sete pontos de vantagem para o vice-líder – a maior diferença entre os dois primeiros colocados pela competição neste ano. Mas, depois de uma rodada com vários erros de avaliação dos árbitros, a discussão foge do que acontece em campo.

Os presidentes do Atlético Mineiro e do Fluminense, dois dos times lesados pelos mais recentes lapsos dos homens de apito, uniram forças em ataque direto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ou mais especificamente contra presidente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Corrêa.

“O senhor Sérgio (Corrêa) não tem condições de pisar amanhã na CBF. Tem que ser afastado agora, porque ele não vai conseguir acabar com o futebol”, afirmou Daniel Nepomuceno, mandatário do Galo, após derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR no Independência. As principais críticas do dirigente se referiam à expulsão do lateral Marcos Rocha, depois de reclamação por uma suposta falta não marcada. Da sua parte, o árbitro Marcelo de Lima Henrique se disse “feliz com as decisões tomadas”.

Já Peter Siemsen preferiu usar as redes sociais para expressar seu descontentamento depois de ver um gol do meia Cícero ser anulado por impedimento inexistente, quando o placar ainda apontava 1 a 0 para o Corinthians. Falou em “sacanagem”. Depois, afirmou que protestaria formalmente em contato com a CBF.

O rescaldo, por ora, de tantas reclamações foi o afastamento de seis auxiliares (ou bandeirinhas). Não só os homens envolvidos nos jogos dos líderes, mas também assistentes que trabalharam em Ponte Preta x Cruzeiro e Goiás x Palmeiras, mais duas partidas com muita reclamação.

Um dos auxiliares afastados, Fábio Pereira, que bandeira com escudo da Fifa, já havia protagonizado diversas lambanças durante o campeonato. Se a CBF tivesse tomado alguma medida antes, poderia ter evitado mais essa dor-de-cabeça.

O líder segue em frente
No Corinthians, o maior desafio do momento para o técnico Tite parece ser blindar seu elenco em relação às reclamações e acusações dos adversários de um suposto complô. Em campo, o time já soma cinco vitórias seguidas. “Se erros acontecem, são dos dois lados”, afirma.

Contra o Flu, o clube fez uma bela festa em seu estádio para lançar seu novo terceiro uniforme, laranja, em referência à cor do famoso “terrão” que era utilizado em suas categorias de base. Por coincidência, o jovem meio-campista Marciel, uma das crias da base, foi quem abriu o placar do confronto

Os corintianos já haviam entrado em campo cientes da derrota do Atlético-MG em Belo Horizonte. Um pênalti do goleiro Victor em cima do atacante Ewandro, emprestado pelo São Paulo, também foi contestado por jogadores e torcedores e resultou em gol do atacante Valter.

O Atlético agora vê o Grêmio em sua cola, com um ponto a menos depois de boa vitória por 2 a 0 sobre o Figueirense fora de casa. O atacante Bobô, de peixinho, marcou seu primeiro gol pela equipe gaúcha.

Briga pelo G4
Com o raro triunfo no Independência, o Atlético-PR entrou na zona de classificação para a Libertadores, com 36 pontos, ultrapassando, de uma vez, dois clubes paulistas: o São Paulo, que empatou em 0 a 0 com o Joinville e tem 35, e o Palmeiras, que perdeu para o Goiás por 1 a 0 e soma 34.

Quem está se aproximando dessa briga são o Santos e o Flamengo, em oitavo e nono, respectivamente. O time de Dorival Júnior, empolgadíssimo, já aparece a apenas três pontos do G4, depois de ter atropelado a Chapecoense na Vila Belmiro, por 3 a 0, com mais dois gols na conta do artilheiro Ricardo Oliveira e uma pintura de Geuvânio.

Já o Fla soma 32 pontos. Em boa fase sob a orientação de Oswaldo de Oliveira, a equipe rubro-negra venceu o Avaí por 3 a 0, com direito a dois gols de Kayke.

Na rabeira
O triunfo esmeraldino foi muito comemorado no Serra Dourada por ter tirado o time da zona de rebaixamento, agora encabeçada pelo Avaí, que tem dois pontos a menos (25 a 23). As situações de Coritiba, Joinville e Vasco, por outro lado, não foram alteradas. O drama maior fica realmente por conta dos vascaínos, que sofreram uma goleada de impacto no Beira-Rio: Internacional 6 a 0. Foi uma goleada histórica, com um petardo do jovem Valdivia, em finalização muito semelhante à de Geuvânio: