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Polícia indicia suspeito de transmitir HIV: ‘Queria marcar minha vida’, diz ex

Polícia indicia morador da Barra da Tijuca por transmissão de HIV, e mulher conta: ‘Dizia que ia marcar minha vida

Renato Peixoto Leal Filho tem 43 anos (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil indiciou, na noite de ontem, Renato Peixoto Leal Filho, de 43 anos, por contágio de moléstia grave. Morador da Barra da Tijuca, ele é suspeito de transmitir intencionalmente o vírus HIV para mulheres com quem manteve relações sexuais. Através de seu advogado, Renato confirmou ser soropositivo, mas negou as acusações. A pena para o crime é de até quatro anos de prisão.

As investigações tiveram início no fim de agosto, quando uma das supostas vítimas procurou a polícia para denunciar Renato. Já na 16ª DP (Barra da Tijuca), que assumiu o caso, uma segunda mulher foi ouvida e relatou o mesmo modo de agir. Segundo elas, Renato aborda moças pelas redes sociais e as convence a sair. Posteriormente, sem informar sobre a doença, insiste para que o sexo seja feito sem o uso de preservativo.

Em seguida, a jovem começou a procurar outras mulheres envolvidas com Renato, com o intuito de alertá-las. Duas delas também conversaram com o EXTRA, e confirmaram ter mantido relações sexuais com o suspeito, sem preservativo e sem serem informadas de sua condição. Nenhuma delas, porém, chegou a ser contaminada pelo HIV.

— O contágio, nesse caso, é secundário. São pessoas expostas a um risco grave — explicou o delegado Marcus Vinicius Braga, titular da 16ª DP.

‘Tentativa de revanchismo’

O grupo formado por quatro jovens reuniu áudios com ameaças feitas por Renato e vídeos, também enviados às supostas vítimas e entregues à polícia, em que ele aparece transando sem camisinha com várias mulheres. Em um dos áudios, Renato diz:

“Infelizmente eu peguei essa p… (doença). Peguei tem um tempo atrás. Tem quase 15 anos. Outra coisa: eu estou cagando para esse exame agora. Não quero saber de p… nenhuma. Negativo ou positivo? Eu quero que se f… Prejudiquei quem? Quem que eu prejudiquei? Não tenho remorso. Assim, não prejudiquei. Não infectei nenhuma. As pessoas que eu infectei, no caso, elas me aceitaram. Foi a mãe da minha filha, e uma outra namorada que tive. Ficamos oito anos juntos. Tu quer me processar? Me processa. Só que antes de ir pra cadeia, eu me mato. Você acha que eu vou pra cadeia? Eu vou pra favela. Quero ver me pegar lá dentro. Quem se aproximar de mim eu meto bala. Não tenho nada a perder. Sua pir.., vagabunda. Denuncia lá”.

 

A defesa classifica as acusações como uma “tentativa de revanchismo”.

— O Renato vem sendo perseguido por uma ex-companheira. Ele é portador do HIV, mas se cuida e não tem intenção de passar o vírus para ninguém. Ele está sendo difamando por conta do término de um relacionamento — disse o advogado Rafael Faria.

‘Ele dizia que ia marcar a minha vida’

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“Conheci o Renato na internet. Quando saímos, ele me obrigou a não usar camisinha. Fiquei muito irritada, porque sempre fui cuidadosa com isso. Então pensei: “Nunca mais vou estar com esse cara”. Ele ainda insistiu, mas acabei cortando relações. Dois meses mais tarde, recebi uma mensagem dessas meninas dizendo que eu corria o risco de estar contaminada. Hoje, as vejo como anjos de Deus, mas foi um choque. Aí, entendi a insistência pelo não uso do preservativo, as coisas que ele dizia, que ia marcar a minha vida. Eu, por sorte, por força divina, não fui contaminada. O nosso objetivo, agora, é impedir que outras mulheres se tornem vítimas.”