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Maio Amarelo chega a Maceió e pretende alertar condutores no trânsito

Movimento que segue outras ações como Outubro Rosa e Novembro Azul tem como objetivo chamar atenção sobre o alto índice de mortos e feridos no trânsito

Ailton Cruz

Na ocasião foi apresentada a proposta do Plano de Segurança Viária para Motociclistas de Alagoas (PSVM/AL)

A cor amarela presente nos semáforos significa atenção. E é este o intuito do Movimento Maio Amarelo que chegou na manhã desta sexta-feira (5) na capital alagoana: fazer com que condutores, pedestres e a sociedade em geral tenham uma atenção especial no trânsito. O evento aconteceu no auditório da sede do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) e contou com a participação de autoridades e da sociedade civil. 

O Movimento que segue outras ações como “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, que tratam respectivamente sobre câncer de mama e câncer de próstata, é uma ação mundial que, em Alagoas, tem como foco principal a redução de acidentes de trânsito entre condutores de veículos motorizados de duas rodas, visando reduzir o índice de morbimortalidade presente neste grupo.

“O impacto que queremos mostrar aqui não é para chocar a sociedade e sim para trazer uma reflexão. É preciso que haja uma mudança de comportamento no trânsito para que possamos salvar vidas e evitar a dor de uma família ao ter que enterrar um ente querido vítima de um crime de trânsito, que não deveria ser considerado como um acidente”, afirma o diretor presidente do Detran/AL, Antônio Carlos Gouveia.

Na ocasião foi apresentada a proposta do Plano de Segurança Viária para Motociclistas de Alagoas (PSVM/AL) que visa identificar soluções que reduzam a mortalidade e a gravidade dos acidentes com motociclistas por meio de ações integradas de educação, fiscalização e engenharia de tráfego.

Renan Silva, Subchefe do Serviço de Estudos de Acidentes e Infrações de Trânsito do Detran/AL, apresentou dados que mostram a importância de se investir em políticas públicas voltadas para a segurança viária, como o aumento de 179% no número de atendimentos a motociclistas e passageiros de moto no Hospital Geral do Estado (HGE) entre os anos de 2006 a 2015.

De acordo com Cheila Lima, consultora Técnica do Ministério da Saúde, acidentes de trânsito são evitáveis e quando acontecem significa que houve falha por meio dos órgãos de trânsito, bem como de toda a sociedade. “Se temos um trânsito onde as pessoas priorizam mais a pressa do que a segurança no trânsito, temos que refletir sobre essa postura. A cidade não é feita para carros, motos ou caminhões. A cidade é feita para pessoas e elas têm o direito de sair de suas casas e voltarem vivas”, afirma Cheila.

Este direito de voltar para casa em segurança infelizmente não aconteceu com o ciclista Álvaro Vasconcelos, morto em 2013 na AL-101 Sul após ser atropelado por um ônibus. Ceres Vasconcelos, mãe do ciclista, deu um depoimento emocionado acerca da importância de se fazer campanhas educativas de trânsito como o Maio Amarelo.

“Meu filho teve a vida roubada, interrompida por conta dessa violência no trânsito. O que aconteceu não foi uma fatalidade, foi uma falta de respeito pela vida humana. As pessoas precisam entender que matar no trânsito é crime. O dia Das Mães está chegando, mas meu filho não está mais aqui”, lamenta Ceres Vasconcelos.
O evento foi finalizado com a mesa redonda “Causas e consequências dos acidentes de trânsito”, com a presença das professoras Divanise Suruagy, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); Drª Vilma Leyton, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Profª Drª Julia Maria D’Andrea Greve, médica fisiatra e professora da Faculdade de Medicina da USP e Drª Ana Paula Nogueira da da Faculdade de Medicina da UFAL – Campus Arapiraca.