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‘Município recebeu dinheiro da merenda mesmo estando em greve’, diz delegado

Dentre os cinco municípios alvos da operação da Polícia Federal que investiga fraudes em licitações da merenda escolar, desencadeada na manhã desta terça-feira (28), Tanque d’ Arca foi o que apresentou a irregularidade mais curiosa. Mesmo registrando quatro meses em greve, o município teria ‘recebido’ o fornecimento da merenda.

A informação foi repassada pelo delegado da PF, Roberto Laureano Curi, que preside as investigações. De acordo com Laureano, nos papéis consta que o município teria recebido o benefício. “Isso ocorreu entre julho e outubro de 2015, durante um período de greve dos servidores e continuou a fornecer os alimentos”, disse o delegado.

O crime ocorreu durante a atual gestão do prefeito Antônio Teixeira de Almeida (PMN), que assumiu no lugar de Roney Tadeu Valença (PMDB),  afastado do cargo por ordem judicial há quase três anos. No entanto, o delegado informa que secretários e prefeitos não foram detidos. “No primeiro momento não temos secretários e prefeitos envolvidos, mas suas condutas serão investigadas”, garante.

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O rombo total das cidades investigadas, ainda segundo o delegado, chega à casa dos R$ 12 milhões. Tanque d’Arca, Ibateguara, Roteiro, Girau do Ponciano e Traipu foram inquiridas na ação da polícia que cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, além de outros 15 de condução coercitiva.

Cerca de 20 empresas que prestaram serviços aos municípios serão indiciadas pelos crimes de falsidade ideológica e fraude do processo licitatório. Todas as firmas operam em Maceió. “Identificamos diversas irregularidades nesse processo como superfaturamento, jogo de planilha, empresas fantasmas e sócios ocultos. Em quase todas elas percebemos que havia ainda certo grau de parentesco e privilégios nas licitações”, diz o delegado.