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Papa aceita renúncia de bispo que encobria pedofilia

Escândalo de abusos na Irlanda foi um dos mais graves da Igreja.

Reuters

Papa Francisco

O papa Francisco aceitou nesta sexta-feira a renúncia do bispo irlandês Martin Drennan, responsável pela diocese de Galway e Kilmacduagh e acusado de ter acobertado casos de pedofilia envolvendo padres católicos.

O escândalo de abusos na Irlanda foi um dos mais graves já enfrentados pela Igreja, que ainda paga as consequências com perda de fiéis e credibilidade. Na década passada, duas investigações paralelas revelaram um problema de dimensões avassaladoras para a Santa Sé.

Na primeira delas, que culminou no Relatório Ryan, foram reunidos mais de 2,5 mil testemunhos de violência sexual contra menores de idade em escolas, seminários e paróquias católicas irlandesas entre 1930 e 1980.

Já a segunda, que resultou no Relatório Murphy, revelou casos ocorridos na diocese de Dublin entre 1975 e 2004. Drennan, de 72 anos, foi citado neste inquérito, sob a suspeita de ter ajudado a evitar que os episódios de pedofilia fossem divulgados.

Em 2010, quando o papa Bento XVI enviou uma força-tarefa para apurar as denúncias contra a Igreja na Irlanda, o bispo de Galway e Kilmacduagh foi um dos que se negaram a renunciar. Segundo a Conferência Episcopal Irlandesa, Drennan deixou suas funções eclesiásticas por “motivos de saúde”.

Recentemente, o Papa aceitou a renúncia do arcebispo da Paraíba, Aldo Di Cillo Pagotto, também suspeito de proteger padres pedófilos. O brasileiro chegou até a ser alvo de um processo canônico para apurar o caso.

Em junho, o Vaticano criou seu primeiro “esquadrão” para combater abusos sexuais na Igreja, com a formação de 19 estudantes laicos e católicos como “especialistas internacionais na proteção de menores”.

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