Política

Secretário da Saúde sofre atentado após receber ameaças por telefone

Prefeito de Osasco disse desconhecer se atentado teve relação com rompimento de contrato com o OS que gerou demissão de funcionários.

O secretário da Saúde de Osasco, na Grande São Paulo, sofreu um atentado a tiros na noite desta quinta-feira (4). Fernando Machado de Oliveira estava sozinho no carro e não foi atingido, embora seu veículo tenha sido atingido cinco vezes.

As marcas de bala estão no lado do motorista. Um projétil atravessou a blindagem do veículo, mas não feriu o secretário.

Segundo perícia, criminosos usaram uma pistola 9 milímetros, arma que é de uso exclusivo das Forças de Segurança. Um dos disparos atravessou a blindagem do carro do secretário.

Fernando Machado disse em depoimento que estava chegando em casa, por volta 21h30, quando percebeu “uma emboscada”. Segundo ele, os tiros foram disparados de dentro de um carro branco que ficou emparelhado ao lado do carro dele.

Na versão apresentada à polícia, ele disse que recebeu no celular um áudio com ameaças de morte minutos antes do atentado. A voz era de um homem, mas estava distorcida.

A secretária-adjunta da Saúde, Angelâ Franco, prestou depoimento e contou que também recebeu ameaças. O caso foi registrado no 5º DP da cidade.

Fernando assumiu a pasta da Saúde de Osasco em abril do ano passado, na administração do prefeito Rogério Lins, do Podemos. Ele é médico e trabalhou no Hospital Antônio Giglio, em Osasco, trabalhou também como instrutor de residência de ortopedia no Hospital Vila Penteado, em São Paulo, antes de ir para a secretaria.

O prefeito de Osasco, Rogério Lins, disse não ter conhecimento se o atentado sofrido pelo secretário teve relação com a suspensão de um contrato com uma Organização Social (OS) que atendia seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) na cidade com atendimento preventivo de Covid-19.

“Um profissional da saúde que tem se dedicado todos os dias em salvar vidas na nossa cidade, mas Osasco tem muitas câmeras de monitoramento inteligente ligadas a uma central e a gente espera contribuir com a investigação policial.”

De acordo com o prefeito, o contrato com a OS, que era de até seis meses, foi interrompido porque o atendimento estava bem abaixo da média esperada e não houve descumprimento contratual. Segundo Lins, os funcionários que trabalhavam nas unidades antes da OS assumir voltaram aos locais e já estão atendendo normalmente.

Demissões
Nesta quinta (4), cerca de 150 funcionários foram demitidos após a Prefeitura de Osasco romper o contrato com a Organização Social que era responsável pelo atendimento em seis Unidades Básicas de Saúde.

O consórcio Cioeste disse que recentemente fez licitações para medicamentos, testes rápidos, equipamentos de proteção individual e exames de ressonância. E que distribuiu protetores faciais para os profissionais da saúde dos municípios.

O Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco, informou que disse que entre os demitidos estão médicos, enfermeiros, dentistas e técnicos de enfermagem.

“A categoria foi surpreendida. A gente especificamente sabia que ia ter o atendimento do pessoal sobre Covid-19 e infelizmente veio essa quebra de contrato de um dia para o outro”, disse Juarez Henrique de Paulo, vice-presidente do sindicato.

A prefeitura informou que a medida foi adotada porque o “programa atendeu sua meta de contenção primária. A Secretaria de Saúde registrou queda do número de atendimentos e também procura pelas UBSs por causa da Covid-19.”

Uma planilha mostra que foram feitos 1.806 atendimentos no mês de maio deste ano apenas em um dos postos atingidos pelas demissões.

De acordo com o prefeito Rogério Lins “já está em estudo para serem distribuídos em outras unidades de atendimento da cidade para a gente preservar o emprego”, disse.