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Em 2015, Alagoas já registra três assassinatos de homossexuais

Número de gays mortos no ano passado é de 25 mortes. Dados foram divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (CGB)

Danielle Silva/Alagoas24Horas/Arquivo

Nildo Correia, presidente do GGAL (foto: Alagoas 24 Horas)

Alagoas é o estado que mais mata homossexuais. Este é o levantamento do Grupo Gay da Bahia (CGB) apresentado por membros do Arte Gay Jovem e Grupo Gay de Alagoas na manhã desta quinta-feira (23), em reunião com o chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias.

De acordo com o vice-coordenador nacional do Arte Gay Jovem, Rafael Gomes, foram três assassinatos registrados (sendo dois em Maceió e um no interior) de janeiro até abril deste ano. Todos por crimes com motivação homofóbica.

“Sentimos falta de políticas públicas do governo, mesmo aquelas conquistadas no passado. No ano passado foram registradas 25 mortes em Alagoas”, afirma o vice-coordenador.

Para estreitar esses laços e desenvolver alternativas, os representantes levaram para o chefe do Gabinete Civil três reivindicações. A primeira é a reativação da gerência que cuida de políticas públicas dentro da Secretaria de Mulher. “Desde janeiro que estamos sem representação lá. Sequer somos recebidos”, denuncia.

O segundo ponto apresentado pelas lideranças é cobrança de políticas para as áreas de saúde, educação e segurança, além da exigência da formação de um conselho estadual que estaria abandonado. “Apenas 11 membros da sociedade civil tomaram posse no ano passado, os outros 11 membros do poder público não e, exatamente por isso, falta quórum”, avalia Rafael.

Já para Nildo Correia, presidente do Grupo Gay de Alagoas, o apoio governamental se faz necessário para que o movimento como um todo não seja enfraquecido e ocasione um retrocesso político. “Caso não haja nenhuma solução, vamos ingressar com uma ação no MPE [Ministério Público Estadual]”, diz o presidente.

A articulação dos dois grupos alagoanos, bem como a entrega dos documentos, foi acompanhado de perto pelo promotor Flávio Gomes da Costa, da 61ª Promotoria de Justiça da Capital.