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Dois anos após morte de PM Izabelle, família cobra condenação de militares

João Urtiga / Alagoas 24 Horas

João Urtiga / Alagoas 24 Horas

Dois anos após a morte da soldado da Polícia Militar Izabelle Pereira, atingida por disparos de submetralhadora em 31 de agosto de 2014, dentro de uma viatura da Radiopatrulha, no Sítio São Jorge, o caso segue sem conclusão.

Familiares da jovem continuam a cobrar da Justiça a condenação dos policiais militares Samuel Jackson Ferreira de Lima, de 27 anos, e José Rogério Mariano da Silva, de 33 anos, que chegaram a ser indiciados pelo delegado Lucimério Campos.

Ainda em fevereiro de 2015, o delegado concluiu o inquérito e remeteu o caso ao Ministério Público Estadual (MPE) onde a dupla foi indiciada por crime de homicídio culposo – quando não há a intenção de matar. De lá para cá, a família não obteve mais nenhuma resposta.

“Não mudou nada nesse tempo. O processo segue na auditoria militar e não temos resposta. No Civil foram indiciados apenas dois, mas não temos respostas, falta colocar pressão. Eles seguem trabalhando normalmente”, lamenta a irmã de Izabelle, Ingrid Pereira.

Nesse tempo, a família continua a rechaçar a ideia de que a morte de Izabelle tenha sido acidental e aponta que a morte foi planejada. Como argumento, a família sustenta que testemunhas que presenciaram o crime teriam sido ameaçadas. Elas teriam visto a militar sendo morta pelos militares.

De acordo com a advogada Helenice Moraes, que acompanha o caso da família, três ações são movidas contra o Estado nesse sentido, sendo uma contra a Empresa Taurus, fabricante da arma de fogo. “Somos um escritório especializado em demandas militares e por tal motivo nos foi repassado pela família o caso da soldado Izabelle. Ajuizamos três ações contra o Estado – dano moral, dano material e compensação financeira e uma ação contra a Taurus”, explica.

A ação penal que envolve os militares tramita na 13ª Vara Criminal da Capital e tem audiência agendada para o dia 21 de novembro.

Defesa contesta

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Advogado Leonardo de Moraes

Para o advogado Leonardo de Moraes, que faz a defesa dos militares, o caso continua e segue os trâmites normais da Justiça. “A Justiça não está naquela velocidade que as pessoas esperam, mas a primeira fase já foi concluída [com a realização das perícias] e agora, no próximo dia 21 de setembro, temos o interrogatório dos policiais”, explica o advogado.

Ainda segundo Leonardo de Moraes, a defesa continua a sustentar a tese de que não houve execução da militar e alega que não havia motivos para tal ação. “As próprias circunstâncias em que o caso ocorreu denota isso”, justifica o advogado.

Relembre o caso

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Na noite do dia 30 de agosto de 2014, a soldado Izabelle Pereira dos Santos foi atingida por 30 tiros em quase 7 segundos disparados pela própria arma, uma submetralhadora, quando realizava rondas junto com a guarnição no Sítio São Jorge.

A perícia realizada na arma constatou que a mesma não disparou sozinha, o que poderia ter ocorrido por alguma falha mecânica. Ao mesmo tempo, a perícia não soube apontar se o gatilho foi acionado por uma mão humana ou por qualquer outro objeto.

Os disparos atingiram o braço, axila e abdômen da jovem que morreu no Hospital Geral do Estado (HGE).