Perícia não deve achar digitais em arma após morte de alagoano em blitz na Paraíba

Jovem foi morto em blitz da Polícia Militar, em João Pessoa (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco/Arquivo)
Jovem foi morto em blitz da Polícia Militar, em João Pessoa (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco/Arquivo)

A perícia que será feita na arma apreendida pela polícia após a morte do alagoano Cícero Maximino durante uma blitz em João Pessoa, PB não deve apresentar impressões digitais. A informação foi fornecida pelo delegado Reinaldo Nóbrega.

Segundo o delegado, a arma, que foi encaminhada a perícia no Instituto de Polícia Científica (IPC), em João Pessoa na segunda-feira, 24, para passar pelo exames de balística, já foi manuseada por várias pessoas e isto prejudica o processo de reconhecimento da digital.

“A perícia, para coleta de qualquer tipo de material papiloscópico, uma impressão digital ou algo do tipo, ela está totalmente prejudicada porque várias pessoas manusearam essa arma de fogo. Ela não foi apreendida em poder do estudante, mas sim encontrada no local. Então a gente não pode nem fazer uma perícia para confronto de digitais porque ela foi manuseada por várias pessoas. Então essa perícia já está descartada”, argumentou Nóbrega.

A Polícia Civil da Paraíba informou ainda que o revólver calibre 38 estava com quatro munições e não possuía numeração. Assim sendo, o IPC vai verificar a descrição e origem da arma, identificar o primeiro comprador e fabricante, investigar se houve permuta, se ela foi adquirida de forma lícita ou ilícita e se ela estava apta a efetuar disparos. O prazo para o término da perícia é de 10 dias.

As imagens de câmeras de segurança da região também foram solicitadas e deverão ajudar a entender todos os detalhes do crime. Ontem (24), o delegado Giovani Giacomelli foi designado para investigar o caso.

Polícia Civil (Foto: Major Lucas/Polícia Militar)
Polícia Civil (Foto: Major Lucas/Polícia Militar)

Segundo ele, a investigação da Polícia Civil conta apenas com a versão de que o disparo da Polícia Militar foi uma ação de defesa. Além disso, ele ainda informou que não foi encaminhada à Civil a mochila que teria sido encontrada pela Polícia Militar no local da morte, com “celulares e documentos de terceiros”.

O outro jovem envolvido ainda não testemunhou sobre o caso até a segunda-feira (24). O delegado destaca a necessidade do depoimento dele. “É muito importante a família e o condutor se apresentarem para que contem sua versão. Quanto mais cedo melhor”, disse.

O delegado disse ainda que apenas a arma que a PM informou ter sido encontrada no local foi entregue para a Polícia Civil como prova da versão policial. Conforme versão da polícia, Cícero e um outro homem, que pilotava a moto, furaram a fiscalização e tentaram atropelar um policial. Na versão do amigo do jovem morto, que se identifica como o piloto da moto, ele não percebeu a blitz e seguiu o trajeto, só vindo a parar quando notou que o amigo havia caído da moto.

Além disso, Giovani informou que se o jovem que conduzia a moto não se apresentar até a terça-feira (25) para contar a sua versão, a polícia vai tentar outros meios de chegar até ele. “Não tem inquérito fechado, ainda está sendo apurado. Ele não vai ser preso, nem a família, mas precisamos da versão”, esclareceu. De acordo com o delegado, a Polícia Civil já tem informações para chegar até o condutor da moto, caso ele não se apresente.

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