Suspensão de atendimento em hospitais públicos repercute na ALE

Os deputados criticaram duramente o Governo por "falta de gestão".

Ascom ALEDeputado Rodrigo Cunha

Deputado Rodrigo Cunha

A precariedade na saúde pública estadual e a suspensão do atendimento na Maternidade Santa Mônica e no Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA) repercutiu entre os deputados na sessão desta quinta-feira (01), na Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Deputados fizeram duras críticas à postura do governador e à gestão da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

As críticas tiveram início após o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) usar a tribuna do plenário para falar sobre o aumento da mortalidade infantil no Estado. O deputado relatou que havia uma meta de redução para este ano, entretanto, o número aumentou. Além disso, Cunha teceu duras críticas em relação ao fechamento dos hospitais por falta de medicamentos e insumos básicos. “A Secretaria de Estado da Saúde estabeleceu uma meta de redução de cinco por cento da mortalidade infantil em Alagoas, mas na contramão do que vem acontecendo no país, em Alagoas esse número aumentou. Não é sinal amarelo e sim, vermelho. Tem que investir em saúde. A prioridade do governo do Estado é passar três meses divulgando em horário nobre a construção de uma escadaria na grota, ou cuidar da população? É inadmissível fazer a divulgação que Alagoas tem o melhor governo do país, e permitir que dois hospitais fechem por falta de luva, máscara e medicamentos. O reflexo disso é o aumento da mortalidade”, questionou o deputado.

Ascom ALEDeputado Bruno Toledo

Deputado Bruno Toledo

Em aparte, o deputado Bruno Toledo (PROS) lembrou que o governo acabou com projetos e convênios importantes e disse que era um “governo demagogo”.

“Estamos diante de um governo que é pautado pelo marketing e feito de forma eficiente. Na verdade estamos vendo um governo da demagogia, que acabou com projetos importantes, como a entrega das cestas nutricionais, e também convênios com hospitais pequenos que ajudavam a segurar a demanda. Como podemos admitir a retirada de cem milhões do Fecoep para a construção de um hospital, se não estamos conseguindo resolver o custeio das unidades que nós temos. O Governo não é capaz de resolver isso e está acabando estas unidades”, atacou Toledo.

Para o deputado Léo Loureiro (PPL), o problema do aumento da mortalidade infantil é reflexo da falta de prioridade em investimentos, principalmente em atenção básica.

“Já teve governo que deu prioridade a media e alta complexidade, já teve quem deu prioridade à saúde básica e hoje, nós não conseguimos entender a finalidade da secretaria”, questionou deputado.

“O problema da saúde do Estado é de gestão”

E as críticas ao Governo não pararam por aí. O deputado Inácio Loiola (PSB) disse que o que está acontecendo na saúde é um problema de falta de experiência e gestão. “A equipe de Sesau não tem experiência, não tem trato com servidores, não tem respeito com a população nem com a classe política. Fui quase colocado para fora do gabinete da secretária Rosangela. Eu estava com o prefeito e a secretária de Saúde de Pão de Açúcar e fomos saber por que tinham cordado uma verba do hospital da cidade e, sem argumentos, ela praticamente nos colocou pra fora. Acho que quem tem um cargo de confiança, tem que saber maneira de tratar”, criticou o deputado.

Defesa

Diante de todas as críticas, o líder do governo na Casa, deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), saiu em defesa do governador, jogando a culpa do problema da mortalidade para o município de Maceió.

Ascom ALEDeputado Ronaldo Medeiros

Deputado Ronaldo Medeiros

“Em respeito a mortalidade infantil, ela está ligada à atenção básica, aos municípios que fazem o trabalho. O prefeito de Maceió está há quatro anos e o Programa de Saúde da Família só cobre 31% da cidade. E é essa atenção básica que evita muito a mortalidade infantil. Por isso noventa por cento da mortalidade está ligada a esse descaso da prefeitura de Maceió”, justificou Medeiros.

Entretanto, ao final de sua fala, acabou concordado aos colegas em relação à falta de gestão. “Se tem problema de falta de luva, tenho certeza que o governo não apóia. Isso é falta de gestão”, disse.

Maternidade Santa Mônica

A maternidade Escola Santa Mônica precisou suspender o atendimento aos novos pacientes, nesta quinta-feira, 1º de outubro, por falta de insumos. A diretora da unidade, Rita Lessa, informou à imprensa que há um bom tempo estão sofrendo com o desabastecimento, no entanto, desta vez a ausência de mais de 50 itens tornou impossível a manutenção do atendimento.

A diretora disse ainda que a maternidade poderia retomar o atendimento a qualquer momento, a depender da chegada do material solicitado à Sesau. Ela destacou que a Secretaria de Saúde montou uma força-tarefa para conseguir resolver o problema e que espera que até amanhã a situação normalizada.

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