O 8º Congresso Internacional do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação – Profnit realizou sua abertura solene com autoridades e conferência magna na noite desta quarta (15), no auditório da Casa da Indústria.
O momento trouxe especialistas internacionais com ampla vivência e visão transversal para tratar do tema “Prospecção tecnológica para competitividade internacional”. Uma palavra em comum foi utilizada pelos três palestrantes convidados: transformação.
Álvaro Prata, Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC apontou que, especialmente no Brasil, a inovação precisa de profissionais qualificados, inclusive para o setor público e nas empresas, que precisam começar a encarar a inovação como prática competitiva:
“Muito do conhecimento ainda está para ser desenvolvido. Mesmo com a legislação favorável, as ações são escassas. Nosso desafio é uma educação que diga aos jovens que eles podem ser empreendedores”, observa o pesquisador.
Escassa, porém, em franca expansão, de acordo com dados de Luiz Pimentel, presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Entre 2007 e 2018 foram depositados mais de meio milhão de pedidos de patentes no Brasil, sendo pelo menos um quarto deles oriundos de instituições de pesquisa.
O órgão, no entanto, ainda luta para dar eficácia e rapidez aos processos, em parte por causa de ajustes legais que estão em desenvolvimento, ao longo destes anos, e em parte pela raridade dos profissionais plenamente capacitados na área. Para tanto, anunciou a adoção de um projeto piloto baseado no modelo japonês de gestão de patentes:
“Vamos promover um treinamento massivo, formando bons examinadores para reforçar a equipe de INPI”, adianta o gestor. “O desafio que temos no Brasil, como governo e sociedade, é transformar o conhecimento em processo, produto e serviço”, acrescenta Pimentel.
Tendências Internacionais
Manuel Godinho, professor catedrático no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, observa que a economia mundial está em um momento de aceleração.
“O Brasil é um país muito criativo, com competências reconhecidas em nível global, em alguns ramos da indústria tradicional e low tech, um exemplo é a Embraer. Mas a isso precisam se unir outras competências tecnológicas, capitalizadas para as áreas emergentes”, declara o doutor em economia.
Como tendências emergindo no mercado tecnológico mundial, Godinho menciona a indústria de biotecnologia, inteligência artificial e máquinas especiais.
Entre os desafios por vir para a sociedade como um todo, além dos dilemas éticos, ele destaca implicações ao nível de organização de sistemas fiscais, como regulamentação de impostos, softwares e robôs:
“Empresas jovens, feitas por pessoas muito jovens, como o Facebook e Amazon, mostram um crescimento rápido de novos setores e novos modelos de negócios. É preciso pensar como os estados poderão garantir condições de concorrência e de trabalho”, reflete o economista português.
Parceria
A abertura do 8º ProspectCT&I contou com a participação de representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e da Prefeitura de Maceió.