Fora do segundo turno, Marina diz que fará oposição ao presidente que for eleito

"Independente da posição que teremos no 2º turno, nós seremos oposição", diz Marina

G1

A candidata da Rede, Marina Silva (Rede) afirmou após a confirmação do resultado do primeiro turno da eleição presidencial que estará na oposição “independentemente de quem seja o vencedor”.

O segundo turno será disputado por Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Indagada se apoiará um dos dois, afirmou que ainda discutirá o assunto com os correligionários da Rede.

Marina Silva, que obteve mais de 22 milhões de votos como terceira colocada na eleição presidencial de 2014, terminou o primeiro turno deste ano em oitavo lugar, com pouco mais de 1 milhão.

“Independentemente de quem seja o vencedor, nós estaremos na oposição. O Brasil vai precisar de uma oposição democrática. Podemos assegurar: estaremos na oposição porque é a única forma de quebrar o ciclo vicioso”, declarou.

Marina afirmou que já cumprimentou Haddad pela continuação na disputa e também disse que falou com a esposa de Jair Bolsonaro.

“Mas [foi] tão somente um cumprimento como se deve fazer numa democracia. Reconhecendo o resultado soberano, a vontade soberana dos eleitores”, explicou.

O candidato a vice na chapa de Marina, Eduardo Jorge (PV), também disse que o partido ao qual é filiado vai se reunir e avaliar se apoiará algum candidato no segundo turno.

“A minha posição pessoal e que vou defender é que o partido caminhe para ser uma oposição […]. Mesmo que se apoie um deles, o que estou anunciando é que nós seremos oposição ao futuro governo, porque não concordamos com as teses do Haddad nem com as do Bolsonaro”, afirmou Eduardo Jorge.

Ele acrescentou que vê problemas em eventual apoio do PV a Haddad, mas não excluiu a hipótese. “É totalmente diferente o nosso programa do programa do Haddad e do programa do Bolsonaro. São partidos [PT e PSL] que têm um núcleo autoritário. Agora, vamos ter que avaliar qual é a decisão”, declarou.

Campanha
A chapa encabeçada por Marina Silva tinha Eduardo Jorge como candidato a vice, resultado de uma aliança entre Rede e PV. A chapa foi oficializada no dia 4 de agosto, em Brasília.

Em discurso naquele dia, a candidata da Rede defendeu o fim da reeleição e mandato com cinco anos de duração.

Marina e Eduardo Jorge classificavam a chapa como a que tinha condições de “unir” e de “pacificar” o país, polarizado entre petistas e anti-petistas.

Eles também afirmaram que a aliança entre as duas legendas era “programática”.

Na última propaganda eleitoral veiculada na TV, na quinta-feira (4), Marina afirmou que “o ódio não constrói o futuro” e pediu união.

Propostas
Ao longo da campanha, Marina Silva destacou, entre outras propostas, a que criava uma poupança para estimular jovens de baixa renda a concluir o ensino médio.

Batizado de Renda Jovem, o programa, segundo a candidata, alcançaria mais de dois milhões de estudantes e custaria cerca de R$ 2 bilhões.

Outra promessa de campanha foi a criação do programa Sol Para Todos, que previa “mobilizar” R$ 50 bilhões em investimentos para instalar 10 gigawatts de energia fotovoltaica no Brasil e, assim, gerar 2 milhões de empregos.

Marina também ressaltou, ao longo da campanha, a proposta do Plano Vida Digna, que incluía uma reforma no Sistema Único de Saúde (SUS) e a criação de 2,5 milhões de vagas em creches.

Sobre reforma da Previdência, ela afirmou ao Jornal Nacional que se eleita faria um debate sobre a adoção de uma idade mínima para aposentadoria. No período eleitoral, ela também defendeu que as mulheres se aposentassem mais cedo que homens.

Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina também pregou “desmatamento zero”. Outra bandeira da candidata foi a defesa da demarcação de terras indígenas.

Evangélica, Marina foi questionada, em várias entrevistas concedidas durante a campanha, sobre temas polêmicos, como a descriminalização do aborto praticado até a 12ª semana de gestação e a legalização de drogas. As duas medidas são criticadas por cristãos no país.

Em resposta, a candidata dizia que esses assuntos devem ser decididos via consulta popular, por meio de plebiscitos. Em outra oportunidade, ela disse que vetaria a legalização do aborto caso a medida fosse aprovada pelo Congresso.

Queda nas pesquisas
Marina Silva figurava em segundo lugar nas pesquisas Ibope e Datafolha na semana do dia 16 de agosto, quando a campanha eleitoral teve início.

A candidatura, no entanto, despencou nas pesquisas ao longo da campanha. Na do Datafolha de 22 de agosto, Marina tinha 16% das intenções de voto. Na última quinta-feira (4), segundo o mesmo instituto, a presidenciável tinha 4%.

Durante entrevista ao Jornal da Globo, Marina Silva foi questionada sobre a queda nas pesquisas. A candidata da Rede afirmou, na ocasião, que o seu eleitor é o “mais livre” e que não se dispõe a fazer “discurso fácil”.

Fonte: G1

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