Telão na rua e coração a mil: família da alagoana Geyse faz a festa para ver Brasil na Copa

Naomi Baker - FIFA/FIFA via Getty Images

Alagoana Geyse na seleção brasileira

Bárbara, Érika, Camilinha… Formiga, Andressinha, Thaisa… Cristiane, Marta… Geyse. Ouvir um nome, para aquelas pessoas, nunca foi tão especial. Era uma expectativa que se converteu em lágrimas. Foi da voz do técnico Vadão que veio o sentimento, aquilo quase inexplicável: a menina de Maragogi iria disputar a Copa do Mundo.

“Quando saiu a convocação, eu estava no trabalho. Então, corri pra assistir junto com minha mãe, irmão e irmã. A gente estava tão ansioso e feliz que acabamos não ouvindo o nome dela. Depois, as pessoas começaram a ligar pra gente para parabenizar. É um momento de muita alegria”, contou Alisson Ferreira, o irmão de Geyse.

Já se passaram 23 dias desde a convocação, e a emoção vivida naquele dia ganhou uma nova forma. Agora, virou um misto de felicidade com nervosismo, que aumenta com a proximidade da estreia na Copa do Mundo. A Seleção Brasileira começa sua caminhada no domingo, na França, e em Maragogi, litoral norte de Alagoas, a família de Geyse vai fazer a festa. “Vamos colocar um telão na rua e mandamos fazer camisas personalizadas. O pessoal da vizinhança fica bem feliz também por ela ser um representante do nosso povoado em uma Copa do Mundo”, comentou o irmão.

Arquivo pessoal

Irmão de Geyse com a camisa personalizada

Ver Geyse jogar futebol não vai ser uma novidade aos familiares e vizinhos. Afinal, ela deu os primeiros passos no esporte ali mesmo onde todos vão se juntar para assisti-la no domingo. O que mudou foi o cenário: saiu das areias da praia de São Bento, em Maragogi, para os gramados europeus.

“Ela começou a jogar com oito anos, na praia, com uns amigos, que sempre marcavam os rachas. Às vezes, não deixavam ela jogar por ser menina. No começo, minha mãe resistiu um pouco por questão dela ser mulher e que o futebol feminino não é valorizado. Eu sempre incentivei ela nessa questão de ir atrás do sonho dela, se era o que ela realmente queria, e nosso padrasto sempre foi o maior incentivador de todos”, lembrou Alisson.

Dias especiais, de uma cobertura especial

Sem dúvidas, a emoção de assistir Geyse com a camisa da seleção brasileira vai tomar conta dos familiares e vizinhança. De maneira mais ampla, vão ser dias especiais para o futebol feminino. A Fifa bateu o recorde de venda de ingressos em abril e espera ter audiência de 1 bilhão de pessoas, em 135 países. No Brasil, além da Band, vai ser a primeira vez com transmissão de todos os jogos pela Globo, principal emissora do país.

Realidade bem diferente para Alisson e toda a família. Assistir às partidas de Geyse, que está no Benfica, nem é tão simples assim, de ligar em um canal de TV aberta ou até mesmo em canal fechado. “É um pouco complicado pra assistir os jogos porque nem sempre as emissoras transmitem os jogos, mas sempre acompanhamos pelas redes sociais ou ela manda um link de transmissão pela internet. Ela manda foto, vídeos, e assim a gente acompanha a carreira dela”.

Trajetória de Geyse

O caminho de Geyse até chegar a uma Copa do Mundo começou a tomar forma ao sair de casa na adolescência. Precisou morar em Maceió para jogar na União Desportiva Alagoana, um dos principais clubes de futebol feminino do estado, que agora tem parceria com o CSA. Irmão-coruja, Alisson sabe todos os detalhes. “Entre 13 e 14 anos, ela saiu para jogar na União e começou a morar na casa de um tio porque não tinha como bancar as passagens dela de ida e volta. Ficava caro”.

Fonte: Yahoo Esportes

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