Promotoria pede pena de morte para Saddam em 35ª sessão

A promotoria pediu a pena de morte para Saddam Hussein e para dois de seus ex-colaboradores na 35ª audiência do processo, argumentando, em suas considerações finais, que o ex-ditador cometeu crimes contra humanidade durante seu regime.

Os oito réus são julgados pelo massacre de 148 xiitas em Dujail, após um ataque contra o comboio presidencial, em 1982.

A apresentação dos argumentos levou o julgamento –que já dura sete meses– a uma nova fase. Após a sessão de hoje, o processo foi adiado para 10 de julho, quando a defesa deverá apresentar suas considerações finais. Em seguida, o júri se reunirá para chegar a um veredicto.

Vestido de terno preto, Saddam sentou-se em silêncio enquanto o promotor-chefe, Jaafar al Moussawi, fazia suas considerações, listando as evidências contra os oito réus.

Após a concluir a argumentação, Al Moussawi pediu a pena de morte para Saddam, seu meio-irmão, Barzan Ibrahim, e Taha Yassin Ramadan, ex-membro de seu regime. "Eles estavam espalhando corrupção (…) e nem mesmo as árvores estiveram a salvo de sua destruição", afirmou o promotor, em referência à destruição das hortas de xiitas que moravam em Dujail.

"Muito bem", afirmou Saddam, ironicamente, após o pedido de pena de morte.

Sentença

Qualquer sentença de execução do ex-ditador pode ser adiada por apelos da defesa e pela possibilidade de abertura de ao menos outro 12 processos por crimes de guerra e genocídio.

Saddam admitiu ter ordenado os julgamentos que levaram à execução dos xiitas de Dujail, mas alegou que tinha "direito legal" de fazê-lo porque, na época, era chefe de Estado do Iraque, que estava em guerra com o vizinho Irã.

O juiz que preside o julgamento, Raouf Abdel Rahman, se esforça para concluir o caso até outubro próximo. O processo foi conturbado pelo assassinato de dois advogados de defesa, pela renúncia de um juiz e pelos intensos protestos da defesa, que se sente em "desvantagem".

A defesa apresentará suas considerações finais na próxima sessão, em 10 de julho.

Fonte: Folha Online

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