Em face das recentes manifestações sociais e operações da Polícia Federal (PF), o órgão realiza em Alagoas, na manhã desta sexta-feira (17), em uma faculdade particular do bairro de Ponta Verde, uma ação de instrução sobre o Plano Nacional de Combate à Corrupção.
A proposta é facilitar a identificação e punição de pessoas que cometem esse tipo de crime, bastante comum em todo território nacional .
Diversos estudantes de diferentes cursos da área de humanas estiveram presentes no auditório da faculdade. Entre eles, era unânime o questionamento sobre como se dará a ação proposta da PF.
“Espero que a palestra tire algumas dúvidas sobre o plano e que assim possamos frear a corrupção no país. Não dá mais pra viver desse jeito, tudo passa por ela”, disse o estudante de direito Eduardo Oliveira.
De acordo com o delegado Gustavo Gatto, a linha mestra no combate a esse comportamento errôneo – que acaba por desencadear diversos crimes em território nacional – é o fortalecimento das instituições que auxiliam nas investigações dos crimes.
“Na verdade, os delegados entendem que a linha mestra de combate à corrupção diz respeito ao fortalecimento de instituições, como a CGU [Controladoria Geral da União] e a PF. Hoje o nosso ‘calcanhar de Aquiles’ cai mesmo sobre a questão financeira e de autonomia”, diz o delegado.
Para Gatto, se houvesse mais autonomia na PF como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 412) apresentada pela classe, a sociedade poderia esperar medidas de ampliação do efetivo policial, além da criação de delegacias especializadas e grupos de investigação, inclusive no interior de Alagoas.
“Por isso precisamos dessa autonomia e entendemos que não há como a PF depender da boa vontade do governo. Esperamos que a polícia seja republicana, e que realize um trabalho independente de qual governo ou partido governe o nosso país”, destaca o delegado.
Deputados federais apresentam proposta ao TSE
Na última terça-feira (14), a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) apresentou ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Dias Toffoli, uma série de propostas de combate à corrupção.
Entre as iniciativas, os delegados propuseram a unificação dos registros de identidade civil e compartilhamento de informações do banco de dados do Cadastro Eleitoral. A ideia é aumentar a fiscalização de pessoas de modo a combater o crime organizado e a lavagem de dinheiro.
A ADPF quer colocar o Brasil no mesmo patamar de outros países que utilizam métodos de identificação dos seus cidadãos como os Estados Unidos.