Segundo Praia Acessível consolida lazer e paradesporto em Maceió

Marco Antônio/Secom MaceióPraia Acessível

Mesmo com o sol tímido e um início de manhã cinza, Creusa Lima apostou na mudança do tempo e, acompanhada da família e da cuidadora, foi até a orla da Pajuçara para aproveitar a segunda edição do projeto Praia Acessível. Do alto, as nuvens carregadas no céu que Creusa viu pareceriam apressadas – mais acelerada era mesmo a animação dela. E apesar de tudo maré estava baixa, calma.

Da cadeira de rodas para a cadeira anfíbia, Creusa olhava para o mar enfrentado as próprias memórias – há sete anos não sentia as ondas, a agitação da água e a sensação de voltar ao mar. Creusa foi a primeira pessoa com deficiência motora a ir ao mar da Pajuçara na segunda edição do Praia Acessível, realizado hoje pela Prefeitura de Maceió promovido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel).

“Pensei que ia chover, ainda bem que não choveu e o tempo abriu. Vem um sentimento de liberdade muita grande ir pro mar depois de quase dez anos e saber que em Maceió um projeto vai ter mais vezes só me deixa mais animada.É uma sensação de prazer realizada, de poder tomar um banho de mar que parece uma coisa corriqueira para outras pessoas, mas que um significado muito especial para quem tem deficiência”, disse Creusa Lima

Na areia da praia, no ponto de apoio, com cuidados da filha Cláudia Lima, e dos monitores da Semel, Creusa enxugava o corpo, colocava a tiara na cabeça, ajeitava os brincos e apontava com os olhos para a filha. “Foi ela que me contou do Praia Acessível”, adiantou. Ainda tentando disfarçar o sorriso, a alegria de Cláudia era a mesma da mãe. “Todos precisam ter momentos como esse, de alegria, de trazer alguém da família com deficiência para vencer qualquer barreira. A Prefeitura está de parabéns em criar momentos como esse”, disse devolvendo o riso pra mãe. “Eu vou voltar nos outros sábados, viu?”, prometeu Creusa aos instrutores.

O tempo nublado durou pouco e, pouco a pouco, mais acima, no palco central, o alongamento funcional começava a movimentar as mães, tias e  pais que, ao todo, levaram mais de 150 crianças, adolescentes e adultos para a orla da Pajuçara. Já animados, o grupo de capoeira da Pestalozzi contribuiu para vencer a timidez de todos e, numa grande roda ao som de berimbau, mostrava como a integração é uma das formas mais eficientes para a interação, para o convívio.

“Nossa satisfação é imensa, pois as quadras estavam sempre cheias e o pessoal do stand up e do banho de mar também suou a camisa. A aceitação de todos foi muito boa e na próxima etapa, em junho, espero ver a orla cada vez mais cheia”, declarou o titular da Semel, Antonio Moura.

Diversas atividades lúdicas e recreativas, entre elas, handebol, ginástica, capoeira e dança, além do banho de mar e stand up adaptados ocorriam simultaneamente.  Entre novidades dessa segunda etapa, uma oficina de criação de brinquedos com material reciclável, exposição artística e um espaço para slackline reuniram todo o público em tendas para olhar, participar e prestigiar uma programação montada com apoio das instituições sociais participantes.

O sábado de Praia Acessível levou lazer diferenciado a pessoas com deficiência intelectual, física, auditiva e visual, com inclusão de autistas. Todos eles são alunos de instituições sociais, como a Pestalozzi, Fundação Casa do Especial (Funcae), Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais (Aappe), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e a Associação de Pais e Amigos do Autista (Assista), que foram parceiras desta etapa juntamente com a  Faculdade Estácio.Tendas foram montadas para melhor centralizar as aulas – como demonstrações de materiais e criação de brinquedos recicláveis com garrafas PET e exposição de arte, prática de bocha para pessoas com maior comprometimento motor.

Às 11h, meia hora antes de encerrar o segundo Praia Acessível, todos os presentes ficaram diante do palco para registrar mais uma manhã especial dedicada à promoção do respeito à cidadania e valorização das pessoas com deficiência com um show da banda Afrolozzi. Confira a galeria de fotosaqui.

O Praia Acessível contou com o apoio da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Superintendências Municipais de Transportes e Trânsito (SMTT), Limpeza Urbana (Slum) e do Controle do Convívio Urbano (SMCCU).

Novidades

Segundo a coordenadora do Praia Acessível, Karina Kristian, a partir desta segunda edição o projeto conta também com a participação de pessoas com autismo e com deficiência visual, além de pessoas com deficiência física, intelectual e auditiva que participaram da primeira edição do projeto. “Cada atividade tem sua especificidade, os participantes vão ter momentos de integração para que possamos estimular o convívio aliado ao esporte e lazer, ampliando o projeto com a inclusão dessas pessoas”, explicou. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3315-2752.

Fonte: Secom Maceió

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