Quem mora no povoado Lagoa Comprida, no município de São Brás sabe o que é consumir água com cheiro e sabor. A água que abastece o povoado é proveniente do Rio São Francisco e fica armazenada em uma caixa, que não é higienizada há seis anos. As informações foram colhidas junto aos moradores do local, que reclamam da falta de posicionamento da prefeitura.
O trabalhador autônomo, Cícero Vieira, que reside no povoado, conta que a caixa d’água fica a dois metros de distância da margem do Velho Chico e não há nenhum tipo de proteção para evitar atos de vandalismo . “Pelo contrário, o que tem aqui é muito mato e falta de manutenção na caixa, que apresenta várias rachaduras e consequentemente desperdício de água”, disse Vieira.
Uma reclamação antiga dos moradores diz respeito à fonte de água consumida. Ela vem do Rio São Francisco, trecho em que a água represada é usada por animais. Não é difícil flagrar fezes nas proximidades da bomba que leva a água para a caixa. “Além de a água não ter nenhum tratamento, nenhum agente de saúde faz atendimento aos moradores. Aqui só aparecem, a cada três meses, agentes de endemias. Eu consumo essa água para trabalhos domésticos e banho, mas compro água para beber. O problema é que nem todo mundo tem condições de comprar”, desabafa.
O posto de saúde do município funciona uma vez por semana. Os casos mais graves são levados para o hospital Josefa Lembergue Leite que, também sem estrutura, encaminha ao hospital da cidade vizinha, Propriá (SE).
O Alagoas24Horas tentou contato com a prefeitura de São Brás, através do telefone disponível nas redes sociais do município, mas não obteve êxito.
Crédito: Cícero Vieira/Cortesia
Crédito: Cícero Vieira/Cortesia
