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Cultura política para modernizar sociedade

Nesta terceira e última parte da entrevista, Saldanha traça o cenário para 2010 e analisa se os nomes postos para a sucessão conseguirão alterar a lógica de miserabilidade alagoana

Eleições de 2010. Temos um cenário formado pelo senador Fernando Collor (PTB) e o governador Teotonio Vilela Filho, que tenta a reeleição ou o prefeito Cícero Almeida (PP) correndo por fora. Temos a vereadora Heloísa Helena (PSOL), o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) – representantes da esquerda- e o senador João Tenório (PSDB), candidato do governador e das usinas, os três ao Senado. Temos o senador Renan Calheiros (PMDB), tentando a reeleição, também ao Senado. Mas, não há um “projeto” para alterar a condição de pobreza e miserabilidade. Por que a lógica não se altera?

AS- Uma nova cultura política tem como desafio levar adiante a modernização da sociedade alagoana, ainda refém de suas estruturas arcaicas, sinônimo de exclusão e autoritarismo. Existem condições materiais para tal. Por exemplo, Maceió, com 25% do eleitorado e 75 % do Produto Interno Bruto/PIB do Estado, localizado nos setores de serviços, comércio, turismo, indústria da construção civil e indústria química, supera o setor canavieiro, presente em 54 municípios do leste alagoano, território de 30% dos eleitores e de 20% do PIB. Como centro econômico e político, a capital reúne condições objetivas para desencadear esse processo de mudança. No entanto, isso ainda não se reflete em força política.
Faltam aos setores organizados da sociedade, que realmente desejam a modernização das práticas políticas e das instituições, enfrentarem de forma democrática e sem preconceitos a gravidade dessa realidade. A formulação de alternativas passa pela superação da dificuldade em compreender as singularidades de Alagoas. Por enquanto, a tendência tem sido a reprodução esquemática de uma interpretação sobre o país, na qual a realidade estadual sempre surge como um apêndice. Não se percebe as características arcaicas do capitalismo em Alagoas e o conseqüente papel que as políticas públicas exercem na organização dos excluídos.

Estes nomes são sintoma de alguma mudança para o futuro? O que cada um deles pode trazer “de novo”?

AS- Pode-se afirmar que os dois grandes vencedores do pleito de 05 de outubro terão um papel de destaque na eleição de 2010. Heloísa Helena, com seu retorno ao cenário alagoano, dá sinais de que não disputará a Presidência da República e sim uma das vagas ao Senado. Alimentada por um desejo de vingança tentará criar dificuldades para a reeleição do senador Renan Calheiros. Cada vez mais a ex-senadora, e agora vereadora, demonstra que sua vocação é ocupar funções no parlamento, onde pode se eleger sem depender de alianças e, ao mesmo tempo, se manter “pura e intacta” na defesa de seu povo e contra “o banditismo político”.
Cícero Almeida, com sua importante vitória na capital acrescida da expansão da sua popularidade e, também, do seu partido nos municípios do interior, tornou-se um forte candidato ao Governo do Estado.
Diferentemente da ex-senadora, o prefeito não se entusiasma com o parlamento, seu desejo é sempre estar “realizando pelo seu povo”. Portanto, se não for para entrar na disputa majoritária de 2010, deve seguir à frente da Prefeitura de Maceió. O que podem trazer de "novo"? Talvez a boa e sempre "união por Alagoas".

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