Promotores descartam voto "camarão"

No próximo domingo, os promotores alagoanos já decidiram: vão para as urnas escolher o novo chefe do Ministério Público sem apostar em um único candidato, o chamado "voto camarão", na prática, um nome considerado "o mais forte" para comandar a Procuradoria Geral de Justiça.
Os eleitores, que são os promotores, podem escolher três pessoas para compor uma lista tríplice, a ser entregue ao governador para que ele indique um nome.
Porém, havia uma articulação interna para que os votos fossem unificados – ao invés de se votar em três, definiria-se um nome apenas. A justificativa era a "unidade" do MP, supostamente abalada e um único representante zuniria a "varinha de condão" para acabar com as guerras internas.
Nos corredores do MP, a partir desta semana, começaram a surgir vozes- cada vez mais fortes- para o descarte desta alternativa, o "voto camarão".
Há motivos para isso:
1) A qualidade dos candidatos, vista pela categoria como "de excelente currículo" e ótimos "programas de gestão";
2)A falta de um favorito na disputa, com a diversidade de nomes expostos;
3) Sem favoritos, a diferença de votos entre todos será pequena. Há apostas até em números, nos bastidores: menos de 50 votos separando um nome do outro na lista tríplice, a ser entregue ao chefe do Executivo;
4) O "cansaço", no MP, de nomes únicos para compor a cabeça da lista tríplice. Por que não optar pela variedade e oxigenação? Essa é a pergunta.
Assim, pode-se apostar que o principal eleitor no Ministério Público será o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB): é ele quem dará o tônus de uma instituição ligada a políticos ou independente ou submissa ou ainda mais dividida pelos próximos dois anos.
E se ele quiser a reeleição, claro, levará isso em conta.
P.S.: existe uma única reclamação na categoria sobre os postulantes ao cargo: a falta de um representante do interior do Estado na disputa. Coisas a se rever, para quem ganhar, é o que se espera.