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Vilela deseja uma Assembléia dócil

Por que o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) não consegue quebrar algumas relações incovenientes com a Assembléia? E por que o prestígio do prefeito Cícero Almeida (PP) continua crescente. É isso o que o professor da Ufal discute nesta segunda parte da entrevista

Em um ano de Operação Taturana, sente-se que o Governo não conseguiu mudar suas correlações de forças. Por exemplo: não protestou quanto à reeleição de Fernando Toledo, na Mesa Diretora, e o próprio governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) faz questão de chamar o deputado afastado da Assembléia Legislativa de “aliado”. Por que é tão custoso ao Governo fazer uma administração menos atrelada a interesses da política mesquinha?

AS- Porque o governo Vilela é devedor desses interesses políticos. Os compromissos eleitorais de 2006 e os futuros para 2010 alimentam a relação entre o Executivo e o Legislativo. O que aconteceu foi que a Operação Taturana possibilitou, pela desgraça alheia, o afastamento do governador de aliados inconvenientes. No entanto, a prática política não se alterou. Vilela deseja uma Assembléia dócil que aprove o choque de gestão tucano. Em troca, os senhores deputados serão agraciados em seus redutos. A não autorização pelos deputados para que o governador fosse investigado a respeito da Operação Navalha e a indicação pelo governador do deputado Cícero Amélio para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas são exemplos dessa "reciprocidade". Sem falar que o atual presidente da Assembléia, deputado Fernando Toledo, num gesto desmoralizador para a independência do poder legislativo, vive a cobrar publicamente sua indicação para o Tribunal de Contas.

Que avaliação faz do Governo Teotonio Vilela Filho?

AS- Um governo preocupado em ajustar a contas públicas por entender que o problema de Alagoas é falta de gestão. Acredita que o desenvolvimento do Estado será conseguido ao equilibrar as contas públicas e ao estabelecer parcerias público-privadas. Não possui nenhum interesse em enfrentar o modelo excludente que os interesses sucro-alcooleiros teimam em perpetuar.

E da Prefeitura Cícero Almeida?

AS- Amparado nas verbas federais, particularmente nas emendas parlamentares e no Programa de Aceleração do Crescimento/PAC , Almeida conseguiu facilmente dar um novo visual à cidade e com isso estabeleceu um novo referencial em relação à gestão que o antecedeu, a da ex-prefeita Kátia Born, do PSB. Além disso, foi beneficiado pela falta de uma oposição consistente capaz de representar um projeto de gestão alternativo ao “governo de amigos” que Almeida montou.
Além do mais, tendo o controle da maioria da Câmara Municipal, não foi difícil ter aprovados os projetos de seu interesse. Com isso, o “prefeito forrozeiro” se transformou num gestor competente, principalmente aos olhos da população mais abastada, aquela que não usa os postos de saúde nem as escolas públicas, mas que fica satisfeita com as obras de reurbanização “da capital de Maceió”, o bairro litorâneo da Ponta Verde.

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