Deputados criticam demarcação de terras em Palmeira dos Índios

Edval Gaia prestou homenagem ao radialista que faleceu na quarta
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A sessão desta quinta-feira, 18, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) foi marcada por discussões entre os parlamentares. Um dos temas que repercutiu na Casa foi a disputa por terra no município de Palmeira dos Índios, que culminou na prisão de índios da tribo Xucuru-kariri.

Enquanto o deputado Judson Cabral (PT) convocava os pares para a sessão especial sobre o tema, que marca a passagem do Dia do Índio, os deputados Edval Gaia, Isnaldo Bulhões e Sérgio Toledo aproveitaram para criticar a demarcação de terras na região.

O líder do governo na ALE, deputado Edval Gaia, afirmou que a destinação de cerca de seis mil hectares de terra para os índios daquela região, aproximadamente 700 pessoas, é um equívoco já que desaloja aproximadamente 12 mil pessoas que vivem da agricultura de subsistência.

Para o deputado, esse processo, que ele chamou de agressivo, pode causar a falência do comércio da cidade. “Em dois anos Palmeira dos Índios quebra e o comércio fecha. Um banco que estava sendo instalado e uma empresa decidiram parar e esperar a decisão. Isso tudo acabará com a cidade e vai prejudicar o Estado”, argumentou.

Em aparte, o deputado Isnaldo Bulhões reiterou a importância de discutir o assunto na ALE e preservar a cultura indígena, no entanto, falou em tratar a demarcação de terras com equilíbrio. Para ele, há disparidade no município de Palmeira dos Índios e espera que a Justiça decida a questão com conhecimento de causa. “A coisa não está sendo feita como deveria. A quantidade de terra é maior do que deveria e isso deve ser tratado com cuidado”, disse.

O deputado Sérgio Toledo foi ainda mais longe na discussão sobre a demarcação de terras em Palmeira ao sugerir que os índios da região poderiam ter encontrado nióbio na reserva. O próprio parlamentar tratou de esclarecer que nióbio é um elemento químico usado como liga na produção de aços especiais, ou seja, é um dos metais mais resistentes à corrosão e a temperaturas extremas, por isso é usado na produção de automóveis, turbinas de avião, gasodutos, e até indústria bélica e nuclear.

“É o nosso ouro. Segundo reportagens sobre o assunto, o Brasil possui 98% desse elemento que não é explorado. Será que Palmeira dos Índios tem nióbio e estão fazendo essa demarcação para contrabandear o produto através da reserva, onde a polícia não tem poder para entrar?”, questionou.

Enquanto os deputados defenderam que a quantidade de terra destinada aos índios está além das suas necessidades, Cabral deixou claro que o processo de demarcação de terras não é algo que se faz aleatoriamente, nem tampouco é um ato de vontade de alguns, mas de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, baseado em estudos antropológicos.

O petista defendeu a discussão ampla sobre o assunto e evitou conjecturas. “Palmeira não pode cair no campo da suposição, nem no da imaginação fértil. Promotores federais estão discutindo a desapropriação de terras e a situação das famílias que vivem na região”, disse acrescentando que não acredita que a destinação de apenas seis hectares de terra irá causar falência ao município.

“Se está havendo exploração ilegal a Polícia Federal tem que entrar no caso para investigar”, respondeu sobre a possível exploração de nióbio na região.

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