CPT lança nota de repúdio contra despejo no sertão alagoano

O Governo de Alagoas deslocou um grande aparato policial para a ação.

Foto: A Nova DemocraciaAção de despejo do BOPE

 

A COMISSÃO PASTORAL DA TERRA DE ALAGOAS (CPT/AL) vem a público, com toda indignação possível, protestar contra o despejo, realizado hoje, 5 de março de 2015, das 23 famílias sem-terra que ocupavam a fazenda Lagoa da Jurema em Belo Monte (Alagoas), promovido pelo GOVERNO DE ALAGOAS, a mando da Vara Agrária.

As famílias ocupavam o imóvel há quase 10 anos e viviam na área produzindo alimentos e criando animais. O pequeno imóvel rural, que antes estava abandonado e sem cumprir sua função social, era a única forma de sobrevivência dessas famílias.

O Governo de Alagoas deslocou um grande aparato policial para a ação. Foram cerca de 100 militares (BOPE, PELOPES) para destruir a vida de 23 famílias, cumprindo uma ordem judicial injusta, haja vista que o suposto proprietário do imóvel não apresentou nenhum documento que comprove a sua posse.

Desalojar famílias, sem sugerir alternativas, é um ataque aos direitos sociais, principalmente aos dos mais pobres, que através de uma luta justa e legítima buscam um pedaço de terra como um caminho para conquistar a dignidade.

O Governo Federal, por meio do INCRA, também é responsável por destruir a vida de mais essas famílias. No processo do imóvel Lagoa da Jurema, apesar do risco de violência contras às famílias, limitou a informar que o procedimento administrativo foi exaurido, reduzindo a reforma agrária a um mero processo burocrático, ignorando a existência de seres humanos, a improdutividade do imóvel, o fator politico e econômico. Imitando Pilatos, lavou as mãos.

Desta forma, a CPT repudia veementemente a violência utilizada hoje contra as famílias em Belo Monte, sob as ordens da Vara Agrária e executada pelo Governo de Alagoas, assim como, a falta de uma política para a democratização das terras. Ao tempo que exige do INCRA e do Governado Estadual que encontre outra área na região para minimizar o sofrimento e o constrangimento que o Estado impôs a essas famílias.

Maceió, 5 de março de 2015

Comissão Pastoral da Terra – Alagoas

Fonte: Assessoria

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