Tentativa de invasão a São Januário, tiro e agressão a jogadores: Vasco encara o Atlético-MG em rota de colisão com torcida

Pressão é o que não falta no Vasco. Mas, num clube em que a linha que separa o amadorismo do profissionalismo é quase invisível, sempre há espaço para mais. Os mesmos torcedores que tantas vezes estiveram do lado da diretoria em troca de ingressos, se voltaram contra ela e os próprios jogadores, ontem. Como vândalos, tentaram invadir São Januário e agrediram os atletas na concentração. É nesse clima nada favorável que o time entra em campo, hoje, às 19h30m, para encarar o Atlético-MG.

A manifestação começou cedo. No início da tarde, um grupo de 30 torcedores se reuniu em frente à sede do clube. A lista de reivindicações era extensa, mas o maior alvo foi presidente Eurico Miranda. “Eurico bravateiro, para ter respeito tem que planejar primeiro”, “Fora Eurico, fora do Brasil! Vai lá pra Sibéria, vai pra p… que p…!”, foram alguns dos gritos.

No fim da tarde, o grupo já era formado por 50 pessoas. Com os nervos à flor da pele, elas tentaram invadir o clube por um dos portões. Não conseguiram e acusaram a segurança de disparar um tiro com arma de fogo para o alto.

— A gente entrou para reivindicar, porque é o nosso direito cobrar. Quando fomos entrar, o cara (segurança) deu tiro. E não foi de borracha — relatou um torcedor.

O suposto tiro espantou os invasores. Mas a confusão só mudou de endereço. À noite, os jogadores foram recebidos por um novo grupo na porta do hotel em que se concentram, no Centro. Em meio às hostilidades, o zagueiro Rodrigo foi atingido por um tapa na nuca. O técnico Jorginho precisou conter os ânimos, e os torcedores, mais uma vez, saíram impunes.

No mundo da lua, Eurico ignorou os fatos. Em breve pronunciamento na sala de imprensa do clube, voltou a falar que o Vasco escapará do rebaixamento. Ao menos, deu um passo atrás em sua arrogância e pediu desculpas à torcida (em geral, não aos vândalos) pela vergonha em Porto Alegre, na goleada, por 6 a 0, para o Internacional.

— A diretoria e eu, como presidente, somos obrigados a aceitar, mas não nos conformamos com o resultado. Para o Vasco é vergonhoso. Em primeiro lugar, peço desculpas à torcida. Quero dizer que expressei aos jogadores a nossa vergonha e que ela deve ser estendida a eles. E passar que nós não desistimos. Continuamos no sentido do traçado dos nossos objetivos. Não teve desistência. Ponto — disse Eurico, que já coleciona mais pontos nos discursos do que em campo.

Fonte: Extra Online

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