Enquanto o Comando do Policiamento da Capital (CPC) divulga na manhã desta quinta-feira (4) o esquema de segurança para o Carnaval, as ações adotadas pela mesma polícia durante as prévias carnavalescas são questionadas pela população e até pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL).
Vídeos divulgados nas redes sociais trazem pessoas feridas e sendo agredidas durante abordagens policiais realizadas no bairro da Serraria, durante o bloco Bonecas da Serraria, cujo desfile ocorreu no último domingo (3). Em um dos vídeos, é possível ver o momento em que a guarnição chega a um grupo efetuando disparos de bala de borracha e um militar agride um folião com um chute no tórax. Em outro episódio, mulheres são amparadas e um jovem apresenta uma lesão por bala de borracha no pescoço.
A denúncia chegada à PM dava conta de desordens provocadas por pessoas em uma ‘guerra’ de paredões após a passagem do bloco, além de excesso de consumo de bebida alcoólica e baderna.
Neste mesmo dia, o advogado Roberto Lima afirma ter sido agredido, humilhado e falsamente denunciado por uma guarnição da Radiopatrulha. Na orla, durante o Pinto da Madrugada, outro advogado, Diego Cavalcante, também afirma ter sido desrespeitado e agredido.
Os dois advogados, juntamente com o representante da Ordem no Conselho de Segurança, Direitos Humanos e Comissão de Prerrogativas formalizaram representações contra os militares envolvidos nos episódios. O caso veio a público após depoimentos registrados nas redes sociais. Segundo a Ordem, nenhum dos advogados acionou a entidade no dia da confusão.
As representações deverão pedir que os envolvidos nas agressões sejam punidos, e serão assinadas pela presidência da OAB Alagoas. “A Ordem está atenta a esses casos, e não aceita esse tipo de comportamento por parte de qualquer servidor público contra qualquer cidadão. Vamos pedir que sejam instaurados procedimentos investigativos para que o caso seja elucidado”, afirmou o conselheiro Marcus Lacet, integrante do Conseg.
De acordo com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Lima Júnior, a PM tomou conhecimento do fato por meio do que foi veiculado pela imprensa. Mesmo assim, o coronel garante que a a polícia está de prontidão para apurar qualquer desvio de conduta.
“A polícia militar tem tomado o conhecimento desse fato através da imprensa, pois não chegou nada oficial. O que posso dizer para a sociedade alagoana e a OAB sabe bem disso é que a PM não compactua com desvio de comportamento e de conduta de ninguém, então se houve algum excesso, alguma falha ou erro, vai ser feito o processo administrativo e dado o direito constitucional de defesa”, esclarece o comandante.
