Audiência de instrução do caso Izabelle é adiada

A audiência de instrução dos acusados de participação na morte da soldado Izabelle Pereira dos Santos, de 24 anos, marcada para esta quarta-feira (21) foi adiada pelo juiz José Cavalcante Manso Neto, da 13ª Vara Milita. Izabelle Pereira morreu dentro da viatura em que se encontrava, atingida por disparos de metralhadora. O fato ocorreu em agosto de 2014 e somente agora a audiência havia sido marcada.

Em entrevista ao Alagoas24horas, o advogado dos militares José Rogério Mariano da Silva e Samuel Jackson Oliveira de Lima, indiciados por homicídio culposo; Leonardo Morais, explicou que o juiz está atendendo a uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que versa sobre a ordem de oitivas no processo para evitar que haja risco de anulação do processo. “O juiz irá remarcar a audiência ouvindo primeiro as testemunhas de acusação, depois as testemunhas de defesa e, por último, realizará os interrogatórios, somente depois será proferida a sentença”, disse Morais.

Questionado sobre a demora na realização da primeira audiência do caso, o advogado culpou a falta de estrutura do Poder Judiciário. “A morosidade ocorre por questões estruturais. São muitos casos, muitas pessoas colocadas como réus, muitas testemunhas e o número de crimes é infinitamente maior que número de juízes e servidores. Claro que há uma prioridade em relação aos réus presos, aos casos que envolve interesse de menor, adolescentes e crimes sexuais”, completou.

O advogado não soube precisar se os militares estão atuando normalmente nas ruas, mas garante que não há motivos para que permaneçam em trabalho interno. “A acusação se dá por um suposto crime praticado na forma culposa, não demonstra que a pessoa é perigosa. Falta periculosidade, de forma que é totalmente desnecessário que eles fiquem em ambiente administrativo”, respondeu.

Os pais da soldado Izabelle receberam com frustração a informação do adiamento da audiência, sobretudo, porque para eles a Justiça está demorando em demasia para dar andamento ao processo. “Até agora a única novidade era que eles dariam prosseguimento ao processo. Estranho a demora da justiça… Depois de mais de dois anos só agora os acusados serão ouvidos. Espero que justiça saia da lentidão e comece a agir”, criticou Claudio Silva dos Santos, pai da vítima.

A Justiça ainda não marcou nova data de audiência.

O comandante da guarnição, José Rogério Mariano da Silva, e o colega de patrulha, Samuel Jackson Oliveira de Lima, foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Lima estava ao lado de Izabelle no veículo.

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