O Banco Central estimou nesta terça-feira (27) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país – deve ficar em 7,3% neste ano, e mais próximo da meta central de 4,5% no ano que vem.
Com isso o IPCA deverá ficar, pelo segundo ano seguido, acima do teto de 6,5% determinado pelo sistema de metas de inflação brasileiro. Em 2015, a inflação somou 10,67%, a maior taxa desde 2002.
Já os economistas do mercado financeiro preveem uma inflação de 7,25% para 2016.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a autoridade monetária estimou uma contração de 3,3% neste ano e uma alta de 1,3% em 2017.
Inflação em 2017 e 2018
Para o ano que vem, entretanto, a autoridade monetária previu, no relatório de inflação do terceiro trimestre, que a inflação oficial do país deverá ficar próxima da meta de 4,5%.
No chamado cenário de referência, que pressupõe juros estáveis no atual patamar de 14,25% ao ano e câmbio em R$ 3,30 por dólar, o BC estimou que o IPCA somará 4,4% no ano que vem.
Já no cenário de mercado – que utiliza as projeções dos economistas dos bancos para os juros e câmbio neste ano e no próximo (embutindo queda dos juros) – a expectativa do Banco Central para a inflação está em 4,9% para 2017.
Na previsão anterior feita pelo BC, divulgada em junho, a estimativa era de que o IPCA ficasse entre 4,7% e 5,5% em 2017.
O mercado financeiro estima uma inflação de 5,07% para o próximo ano.
O Banco Central também fez projeções para a inflação em 2018. Segundo a autoridade monetária, o IPCA, naquele ano, deve ficar entre 3,8% (cenário de referência, com juros e câmbio estáveis) e 4,6% (cenário com estimativas do mercado para juros e câmbio).
Corte nos juros
A queda nas previsões de inflação do Banco Central, com uma proximidade maior em relação à meta central de 4,5% do ano que vem, é um indicativo de que o BC pode estar mais próximo de inciar o processo de corte dos juros básicos da ecomomia.
Isso porque as decisões do Comitê de Política Monetária da instituição, colegiado formado por diretores e presidente do BC, são “prospectivas”, ou seja, são tomadas olhando para as expectativas de inflação para os próximos meses.
Neste momento, o BC já está olhando o cenário de 2017 para tomar essa decisão. O mercado financeiro acredita que os juros cairão ainda neste ano, mas ainda resta uma dúvida se o corte poderá acontecer já no próximo encontro do Copom, em meados de outubro, ou na última reunião deste ano, no fim de novembro.
Com a queda do IPCA-15 em setembro, e a divulgação das novas previsões do BC, a tendência é de aumentar chances de um corte de juros já em meados do próximo mês. Atualmente, a taxa básica de juros está em 14,25% ao ano – o maior nível em dez anos.
“O Copom avalia que uma flexibilização das condições monetárias [corte nos juros] dependerá de fatores que permitam que os membros do Comitê tenham maior confiança no alcance das metas para a inflação”, informou o BC no relatório de inflação nesta quinta-feira.
Entre os fatores que podem permitir maior confiança no alcance das metas, informou o BC, está o encaminhamento das reformas fiscais (proposta de PEC do teto para gastos, já enviada ao Congresso, e reforma da Previdência Social – cuja proposta ainda será divulgada).
“Há sinais positivos em relação ao encaminhamento e à apreciação das reformas fiscais. Entretanto, o processo de tramitação ainda está no início e as incertezas quanto à aprovação e à implementação dos ajustes necessários permanecem”, informou o BC.
Produto Interno Bruto
No relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, divulgado nesta terça-feira (27), o BC prevê ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) deve “encolher” 3,3% em 2016 – mesma previsão feita em junho – mas estima uma expansão de 1,3% para o ano que vem.
Se confirmado este cenário, será a segunda retração seguida da economia brasileira, que já despencou 3,8% no ano passado – a maior queda em 25 anos. Dois anos seguidos de recuo do PIB não acontecem desde o início da série histórica do IBGE – em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país e serve para medir o comportamento da atividade econômica.
Para este ano, o mercado financeiro estima uma contração de 3,14% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e um crescimento de 1,3% para 2017.
No segundo trimestre, o PIB brasileiro teve queda de 0,6% em comparação com os três meses anteriores. Foi a sexta queda trimestral seguida do PIB brasileiro.
“O cenário básico do Copom contempla estabilização da atividade econômica no curto prazo e possível retomada gradual ao longo dos próximos trimestres, em contexto de elevado nível de ociosidade na economia”, informou o BC.
Componentes do PIB
Sobre os componentes do PIB, o BC estima uma retração de 2,2% para a produção agropecuária neste ano e uma expansão de 3,5% em 2017.
Já a indústria deverá ter uma queda de 3,3% em 2016 e uma alta de 1,5% no próximo ano.
Ao mesmo tempo, o setor de serviços deverá registrar contração de 2,7% neste ano e um crescimento de 0,9% em 2017.
Ainda de acordo com o Banco Central, pelo lado da demanda, o consumo das famílias deverá recuar 4,4% em 2016 e registrar um aumento de 0,8% no ano que vem.
O consumo do governo, por sua vezz, deverá ter retração de 1,3% em 2016 e um crescimento de 0,5% no próximo ano, estimou o Banco Central.
Já a chamada “formação bruta de capital fixo” – a taxa de investimentos – deverá ter retração de 8,7% em 2016 e um crescimento de 4% no ano que vem.
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