Violência nas escolas: Professores e estudantes cobram dignidade

Convocada pela deputado Ronaldo Medeiros e pelo Sinpro/AL, Audiência Pública debateu a violência nas escolas

Ascom ALEAudiência Pública sobre violência nas escolas

Audiência Pública sobre violência nas escolas

Professores, estudantes, representantes de sindicatos da educação e órgãos públicos debateram na tarde desta terça-feira (12),na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), sobre a violência nas escolas das redes pública e privada de Alagoas,

Além segurança, professores e estudantes  estudantes usaram a tribuna para cobrar melhores condições de trabalho e dignidade no ambiente escolar.

Professora de artes Charlene Diana que leciona na Escola Estadual Professor Theonilo Gama, localizada no bairro Jacintinho,  disse que o combate à violência começa fortalecendo a educação na sua base, formando alunos com senso crítico, além de fazer duras críticas à PEC que congela gastos públicos e a reforma do ensino médio.

“Eu sou professora de artes na escola que fica no bairro onde eu moro e não tenho espaço para trabalhar com meus alunos. Minha disciplina é deixada de lado. Estamos aqui discutindo maneiras de combater a violência nas escolas, mas ela começa onde mais temos dificuldade, que é a educação. Quando você tira o senso crítico dos estudantes que ser humano você quer formar? Há violência maior que esta? Ainda estão querendo congelar os recursos da educação por vinte anos. Porque também não congela do executivo, legislativo e judiciário?”, questionou a professora.

A violência nas escolas privadas também foi abordada durante a audiência. Robson Rodrigues Câmara, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, lembrou que é preciso discutir os casos de violência que acontecem nas escolas particulares e não são denunciados.

“As escolas particulares têm medo de divulgar a violência para não perder mercado. Alunos, professores e funcionários, todos sofrem violência. Mas o assunto acaba sendo resolvido lá mesmo, entre coordenação e direção, sem sair dos muros da escola. Eles preferem evitar a exposição e não perder mercado. Então é preciso ter um debate mais incisivo porque isso é uma realidade”, disse o trabalhador.

Estudantes também aproveitaram a audiência para pedir mais segurança e melhores condições no ambiente escolar. Caroline dos Santos, aluna da Escola Estadual Maria Salete Gusmão de Araújo, no Clima Bom, criticou a falta de incentivo do poder público nas escolas.

“Desde novos somos incentivados a buscar sempre o melhor. Estudar para ser alguém na vida e ter um futuro. Mas qual o incentivo que a gente tem quando chegamos na escola e encontramos o banheiro sujo e sem condições de uso, a sala suja, um ginásio lindo, mas sem materiais para que o professor dê aula de educação física? Eu acredito que todos nós que buscamos um futuro podemos conseguir, mas isso não pode ficar só nas promessas que vemos aqui. Alguém tem que fazer alguma coisa por nós”, desabafou a estudante.

O estudante Nicolas Pires, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), disse que não se pode discutir as consequências sem debater a base do problema. “Não temos que discutir o que está acontecendo agora e sim o que levou a isso. Estamos vendo prisões nas escolas e temos que colocar a educação como forma de prevenção. Este é um problema de todos nós. Temos que lutar para defender o que é nosso de direito, que é uma educação de qualidade”, disse o estudante.

A audiência pública é de iniciativa do deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), em parceria com o Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro/AL).

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