Reintegração de posse expulsa mil famílias no São Jorge; moradores protestam

CortesiaForte aparato está sendo utilizado para cumprir reintegração de posse

Forte aparato está sendo utilizado para cumprir reintegração de posse

Um forte aparato policial está sendo utilizado na manhã desta quinta-feira, dia 9, para cumprir um mandado de reintegração de posse expedido pelo juiz Orlando Rocha Filho, da 6ª Vara Cível da Capital, na região do São Jorge, próximo à Avenida Josefa de Melo. A reintegração está sendo coordenada pelo coronel Monteiro, do Batalhão de Policiamento de Eventos (BPE), que dá apoio a oficiais de Justiça.

As primeiras informações dão conta que mil famílias deverão deixar as localidades do Planalto Santa Rita, Rua Santa Amélia, Campo do Tejo e Loteamento São Jorge por determinação judicial expedida em setembro do ano passado e que deveria ter sido cumprida em janeiro desse ano. O terreno pertence a uma construtora.

O imbróglio jurídico persiste desde abril do ano passado, quando a construtora ingressou na Justiça. Os moradores, por sua vez, alegam possuir documentos de compra e venda das áreas onde residem e afirmam não terem sido ouvidos pela Justiça.

Em protesto à retirada, os moradores atearam fogo a paus e pneus e bloquearam os dois sentidos da Avenida Josefa de Melo. Há muita fumaça e os condutores estão sendo obrigados a fazer o retorno. A reintegração deve perdurar durante todo dia. Apenas na primeira área são cerca de 400 habitações de taipa e alvenaria. O segundo trecho é o considerado mais habitado.

A Secretaria de Assistência Social e a construtora disponibilizaram caminhões para fazer a mudança das famílias, que deverão seguir para a casa de parentes.

Justiça

Sobre a reintegração de posse realizada pela Polícia Militar nesta quinta-feira (9), em terreno entre os bairros São Jorge e Barro Duro, em Maceió, pertencente à construtora Resulta Investimentos, o desembargador Tutmés Airan esclarece que promoveu audiências de conciliação entre as partes, no âmbito do processo 0801039-46.2015.8.02.0000.

Como resultado das audiências, a construtora e os movimentos sociais de sem-teto firmaram acordo estabelecendo que os moradores deveriam desocupar parte do terreno pertencente a empresa e ocupar apenas a parte da área localizada na Rua Ipanema, no Barro Duro.

O espaço cedido pela empresa seria dividido em, no mínimo, 100 lotes, medindo 4m x 10m cada e seriam destinados às famílias que moravam há mais tempo no local.

Passado o período definido para remanejamento das famílias, o acordo não foi cumprido pelos moradores. Com isso, o desembargador deferiu, no dia 20 de julho de 2016, o pedido de auxílio de força policial. A medida foi necessária porque os ocupantes do local estavam impedindo que a Resulta Investimentos exercesse seu direito de propriedade e afrontando uma decisão judicial.

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