Nenhum órgão público fiscaliza condições estruturais de carros alegóricos antes da Sapucaí

MovinfocopressÚltimo andar de carro da Unidos da Tijuca despencou na Avenida

Último andar de carro da Unidos da Tijuca despencou na Avenida

Todos os carros alegóricos saem da Cidade do Samba sem serem vistoriados por nenhum órgão público a respeito das condições estruturais, capacidade que suporta em peso ou quantas pessoas irão desfilar nele. Não há ninguém que tenha essa responsabilidade. No desfile do último fim de semana, 32 pessoas ficaram feridas após acidentes com os carros da Paraíso do Tuiuti e da Unidos da Tijuca.

Apenas o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e o Corpo de Bombeiros fazem vistorias nos barracões — mas nenhum deles apura essas questões. O primeiro é responsável por fiscalizar o exercício da profissão de engenharia. De acordo com o presidente do Crea-RJ Reynaldo Barros, o conselho vai identificar se há profissionais da área realizando o serviço.

— O Crea não faz vistoria. Ele fiscaliza o exercício profissional. O conselho vai identificar se tem um engenheiro responsável técnico e se ele Quando tem, vê se o profissional registrou as Anotações de registro Técnico (ART), documentos que detalha o serviço.

Já o coronel Márcio Lessa, diretor de Diversões Públicas do Corpo de Bombeiros, afirma que a vistoria da corporação é voltada para a prevenção e o combate a incêndios.

— Vemos, entre outras coisas, se há extintores e se a escola passou um produto que retarda as chamas no carro.

RioTur fala em ‘fiscalização mais rigorosa’

A RioTur informou, sem maiores detalhes, que pretende aumentar a fiscalização sobre as escolas de samba. Na avaliação do presidente do órgão, Marcello Alves, os acidentes deste carnaval acenderam uma luz amarela.

Uma reunião na última quinta-feira entre o Ministério Público Estadual, a RioTur, o Corpo de Bombeiros, o Crea, a Liesa, o Inmetro e especialistas de engenharia da UFRJ decidiu que os mecanismos de controle serão revistos. Uma das ideias é criar um grupo de fiscalização com diferentes órgãos. Uma possibilidade levantada é a de que o Inmetro também entre nessa avaliação conjunta.

O especialista em análise de risco Gustavo Cunha Mello acredita que seria importante uma fiscalização nas condições estruturais dos carros. Ele ainda avalia que outras normas deveriam ser criadas.

— Cada carro tem que ter um plano de fuga. A gente viu os foliões sem saber o que fazer nos carros que sofreram acidentes. E o motorista precisa ter carteira de habilitação para caminhão de carga.

Acidentes

O último carro da Paraíso do Tuiutí teve um problema em uma das rodas e atropelou vinte pessoas. Já a parte mais alta do abre-alas da Unidos da Tijuca despencou e deixou 12 pessoas feridas.

Tuití

A Polícia Civil já descartou que o acidente da Tuiuti tenha sido causado pela chuva, e falta agora determinar se foi uma falha mecânica ou do motorista, Francisco de Assis Lopes, de 53 anos, que deve responder por lesão corporal culposa.

Unidos da Tijuca

A perícia encontrou problemas no sistema hidráulico do carro, que não estaria travado. Amanhã, o presidente da escola, Luiz Paulo Horta, e engenheiros que trabalharam no carro vão depor à Polícia Civil.

Fonte: Extra Online

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