Em ato contra a Reforma da Previdência, PF chama PEC de Temer de ‘confisco pirata’

João Urtiga / Alagoas 24 HorasDSC_3707

Os policiais federais de Alagoas realizam, na manhã desta quarta-feira (05), uma paralisação temporária dos serviços em ato público contra a Reforma da Previdência, realizada na frente da sede do órgão, no bairro de Jaraguá.

Agentes, delegados, peritos, escrivães e papiloscopistas em sua totalidade aderiram ao movimento que tem repercussão nacional e afeta diversas capitais. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Estado de Alagoas (Sinpofal), Flávio Moreno, a classe demorou a se mobilizar (diferentemente dos movimentos sociais) devido à necessidade de assembleias realizadas pela categoria.

“Nós tiramos uma decisão nacional na Federação Nacional dos Policiais Federais na assembleia de quinta e sexta [30 e 31 da semana passada] e decidimos pela reprovação total da PEC da Reforma do governo Temer. Essa Pec é, na verdade, um confisco as contribuições dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores”, disse.

O líder sindical foi além e comparou o movimento iniciado pelo governo com a época da pirataria, onde o termo era utilizado para descrever os criminosos que tomavam de assalto navios das cidades costeiras com o objetivo de se apoderar das riquezas. “Acreditamos que com essa Reforma, o governo na verdade está fazendo um saque como fizeram os piratas nos século 16 a 18 roubando as riquezas de nações, pois 49 anos de contribuição será quase impossível o trabalhador, que começa a trabalhar com 20 ou 25, tendo nível superior, alcançar essa meta. Ele vai morrer nesse caminho e não vai ter filho com idade pra receber essa pensão porque os filhos serão maiores de 18”, disse Flávio Moreno.

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O termo utilizado pelo policial se refere também ao número de pendências na Justiça atribuídas aos políticos da base governista. “São mais de 100 parlamentares listados na Lava Jato, todos listados em casos de corrupção e o governo conta ainda com mais de nove ministros citados, ou seja, não tem legitimidade, nem moral e nem ética para aprovar qualquer tipo de reforma. Só um novo congresso e um novo governo para isso”, desabafa.

Com isso, os policiais federais devem decidir nos próximos dias pela paralisação geral além de aderir ao movimento junto aos servidores públicos, marcado para o dia 18 de abril, quando ocorre o primeiro turno da votação da PEC no Senado Federal.

Ainda de acordo com Flávio Moreno, levantamentos da Polícia Federal apontam que a Odebrecht aprovou emendas provisórias compradas para beneficiar bancos e grandes seguradoras da Previdência Privada. “Temos informação de que a Odebrecht aprovou emendas e medidas provisórias, todas compradas, onde bancos se beneficiam e grandes seguradoras privadas. Nós sabemos como funcionam os interesses escusos desses piratas, os novos corsários que tentam dilapidar o patrimônio brasileiro”, ataca.

Paralelo ao ato contra a Reforma da Previdência, os policiais federais informam ainda que lutam para que a carreira única seja implantada dentro da entidade. “Estamos também numa luta paralela, que é a luta por nossas atribuições e reconhecimento da nossa carreira, entregamos nossa pauta ao governo. Uma carreira meritocrática, que hoje não existe na PF, porque eles descumprem. E todo governo fez ao longo dos anos”, finaliza.

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